Conforme reportado pelo Livecoins, após um longo período de espera, a principal e maior corretora de investimentos do Brasil, a XP Investimentos irá lançar uma exchange de Bitcoin e Ethereum nos próximos meses.
Apesar de claramente não gostar de criptomoedas, os gestores da companhia renderam-se à pressão do mercado. Hoje, cerca de 3 milhões de brasileiros possuem exposição ao Bitcoin.
O mercado tradicional de ações cerca de 600 mil. Foi este potencial que levou a empresa a investir no nicho de criptomoedas.
Um dia antes deste anúncio, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aceitou a pressão feita pela ABCB – Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain acolhendo suas reclamações.
Isso resultou na abertura de um processo administrativo para a apuração de supostos abusos de poder por parte das instituições bancárias brasileiras no fechamento de contas de exchanges e empresas vinculadas ao comércio e operações com Bitcoin e criptomoedas no Brasil.
Ao menos duas associações do setor foram criadas no país em resposta a decisões tomadas pelos bancos que foram consideradas arbitrárias pelos empreendedores.
E por conta da desconfiança gerada com a atual indefinição política no país, vários investidores brasileiros têm apostado nas criptomoedas como um porto seguro para os seus recursos financeiros.
Isto se deve ao fato de as criptomoedas estarem fora do chamado Risco Brasil. Ou seja, as criptomoedas não sofrem tanto com as relações de causa e efeito internas provocadas pela proximidade com as eleições presidenciais como a taxa de câmbio do dólar, por exemplo.
Ainda na mesma semana, a Comissão de Valores Mobiliários (CMV) autorizou o investimento indireto em criptomoedas por meio de aquisições de derivativos e cotas de fundos do exterior.
Isso quer dizer que, na prática, uma pessoa poderia comprar cotas em um fundo, por exemplo, que tivesse 60% Bitcoin, 20% Ethereum e 20% Litecoin.
Esse fundo faria a administração do dinheiro em troca, possivelmente, de uma comissão — similar a um fundo de ações.
Na autorização, a CMV ainda recomenda que a maneira mais adequada é realizar os investimentos por meio das exchanges de criptomoedas que deveriam ser submetidas, conforme o texto, “à supervisão de órgãos reguladores que tenham poderes para coibir tais práticas ilegais”.
Tais acontecimentos reforçam, e muito, a possibilidade de que uma provável regulamentação do mercado de criptomoedas no Brasil possa ocorrer em meados de 2019 após a disputa eleitoral.
Os acontecimentos da última semana nos indicam que os empreendedores têm buscado seu espaço, o mercado tem dado provas de que os negócios orientados à criptomoedas são rentáveis e escaláveis e os órgãos públicos têm dado o tom de que os passos para a regulação poderão ser lentos, mas graduais e potencialmente seguros.