“Tentando salvar as criptomoedas dos bancos”, diz responsável pela USDC

Enquanto a Circle move os US$ 3,3 bilhões que estavam no SVB para outro banco, a USDC tenta recuperar sua reputação. Em conversa no canal Bankless, Jeremy Allaire, CEO da Circle, contou a história da empresa e como ela está querendo salvar as criptomoedas dos bancos.

Suas falas acontecem após a USDC perder sua paridade com o dólar na semana passada devido à exposição ao Silicon Valley Bank (SVB). No auge da crise, cada USDC chegou a ser trocada por apenas US$ 0,82.

O caso pegou todos de surpresa. Afinal, a Circle esbanjava lucros com suas operações enquanto outras criptomoedas lutavam para sobreviver conforme a falência da FTX ainda pressionava o mercado.

Mais reviravoltas na indústria de criptomoedas

Além da breve crise da USD Coin (USDC), o Banco Central americano também está passando por uma grande reviravolta. Até semana passada, o Fed estava aconselhando bancos a evitarem exposição as criptomoedas.

“Bancos devem adotar uma abordagem cuidadosa e cautelosa ao se envolver em atividades relacionadas a criptoativos e ao setor cripto”, disse Michael Barr, vice-presidente do Fed na quinta-feira passada (9).

No entanto, o jogo virou após a quebra de três grandes bancos americanos, o Silvergate, Silicon Valley Bank e o Signature. Falas de Jeremy Allaire, CEO da Circle, são um exemplo disso.

“Sobrevivemos a esse choque sistêmico e a lição que aprendemos é que estamos nesse mundo onde todos estão falando sobre salvar os bancos das criptomoedas, mas no momento estamos tentando salvar as criptomoedas dos bancos.”

Após a quebra do SVB, banco onde a Circle possuía US$ 3,3 bilhões, a empresa moveu os fundos que dão lastro à USDC para o banco BNY Mellon. Já outras stablecoins, como a TUSD, estão até mesmo movendo seus fundos para outros países.

Regulação da Circle e de bancos não evitou crise

Jeremy Allaire também conta a história da Circle em outro ponto da conversa, notando que a empresa sempre trabalhou dentro da lei. Indo além, também afirmou que ela é mais transparente do que empresas como PayPal.

“Quando lançamos a USDC, há 5 anos, queríamos fazer algo que fosse regulado, supervisionado e que tivesse a aprovação de reguladores bancários para operar conectado ao sistema de bancos”, disse Jeremy Allaire, CEO da Circle. “É um bom regime, você é obrigado por lei a manter resgatabilidade em 1:1.”

“Se você pedir ao PayPay, “o que está em suas reservas?”, as pessoas nem pensam em pedir isso. Há 35 bilhões de dólares e ninguém faz essa pergunta. Nas criptomoedas, tudo é público, tudo é transparente.”

No entanto, mesmo com toda essa regulamentação, especialmente sobre bancos, a Circle não conseguiu escapar da crise bancária que afetou o lastro de sua stablecoin. Afinal, ainda que a USDC tenha recuperado sua paridade com o dólar após o resgate do governo americano ao SVB, a confiança dos investidores está abalada.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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