Receber salário em Bitcoin ou outra criptomoeda já é uma realidade em algumas empresas. Entretanto, um funcionário de uma empresa de TI da China não gostou da ideia e processou seus ex-patrões.
O caso, reportado pelo Beijing News, conta que Shen recebia grande parte de seu salário em Tether (USDT) em vez de Renminbi, a moeda oficial da China. Insatisfeito, talvez pelo fato das criptomoedas terem sido banidas na China, o funcionário levou o caso para a justiça.
Como já era esperado, a justiça chinesa deu a causa para o funcionário, citando que a Tether (USDT), ou outra criptomoeda, não pode ser usada no país como forma de dinheiro.
China afirma que criptomoeda não é moeda
Conforme todas exchanges de criptomoedas da China deixaram o país após o banimento no ano passado, converter criptos em moeda fiduciária pode ser uma tarefa árdua. Talvez por isso, um chinês decidiu processar seus ex-patrões após receber seu salário em criptomoedas.
Segundo o Beijing News, grande parte do salário de Shen, um funcionário de uma empresa de TI da China, era pago em USDT, uma stablecoin lastreada no dólar. Além do salário, Shen também teria recebido suas horas extras e bônus de desempenho em USDT.
“Shen pediu à empresa que pagasse os salários atrasados e bônus em Renminbi (RMB), mas Hu [seu patrão] insistiu em usar moeda virtual,” escreve o Beijing News.
Como as criptomoedas foram banidas na China, o Tribunal de Chaoyang decidiu em primeira instância que os ex-patrões de Shen precisavam pagar os montantes em Renminbi, a moeda estatal do país.
“O Aviso sobre Prevenção e Tratamento de Riscos Exagerados em Transações em Moedas Virtuais […] estipula que a moeda virtual não tem o mesmo status legal que a moeda legal. O USDT Tether envolvido no caso não deve e não pode circular no mercado como moeda virtual.”
China de olho no Bitcoin
Enquanto isso, nas últimas semanas a China tem usado seus sites estatais para promover o pânico entre os investidores que ainda lutam contra o autoritarismo de seu governo e continuam investindo em Bitcoin.
No mês passado, o país alertou que o “Bitcoin pode cair a zero”. Já nesta terça-feira, diversas empresas anunciaram o banimento de NFTs de suas plataformas e nem sequer precisaram que seu governo pedisse por isso.
Por fim, estes casos mostram que a China parou no tempo para tentar manter controle sobre o seu povo. O que também é provado pelo banimento de diversos sites amplamente acessados em outros países, como Wikipedia e Twitter.