Reino Unido diz que China está usando moeda digital para controlar cidadãos

Ainda em abril do ano passado, os EUA também já haviam mostrado preocupação com a introdução da CBDC da China, o yuan digital. Afinal, isso poderia enfraquecer a influência do dólar no mundo.

Em postagem publicada pela GCHQ, agência de inteligência do Reino Unido, o diretor Jeremy Fleming explica como líderes chineses estão usando a tecnologia para controlar mercados e até mesmo seus cidadãos.

Em especial, Fleming refere-se a CBDC (sigla inglesa para Moeda Digital de Banco Central) da China. Além do risco de controle e censura, o diretor da GCHQ também aponta que o yuan digital poderá ser usado para evitar sanções internacionais.

“[A CBDC] introduz eficiências e novas formas de liquidação de pagamentos, mas a forma como está sendo implementada permite o monitoramento do cidadão e obriga as empresas a utilizar o serviço”, comenta Jeremy Fleming da GCHQ. “Também pode no futuro permitir que a China evite parcialmente os tipos de sanções internacionais atualmente aplicadas ao regime de Putin na Rússia.”

Sobre a CBDC da China, seus testes iniciaram no começo deste ano e rapidamente a carteira de yuan digital tornou-se o aplicativo mais baixado no país. Até o momento, estima-se que mais de 250 milhões de transações de yuan digital já foram processadas neste ano.

Reino Unido mostra preocupação com moeda digital da China

Mesmo que o Reino Unido esteja focado em criar uma regulamentação sobre Bitcoin e outras criptomoedas, sua agência de inteligência agora está preocupada com outra moeda digital, a CBDC da China.

Segundo Jeremy Fleming, diretor da GCHQ (agência de espionagem e antiespionagem do Reino Unido), a China está usando a tecnologia para ter controle sobre seus mercados e cidadãos.

“Nós e nossos aliados, com ideias semelhantes, vemos a tecnologia como uma forma de permitir maiores liberdades, maior prosperidade, maior colaboração global e, sim, concorrência leal. Porém, a abordagem da liderança chinesa também a vê como uma ferramenta para obter vantagens através do controle de seus mercados, daqueles em sua esfera de influência e de seus próprios cidadãos.”

Em outro trecho, Fleming é ainda mais duro em suas críticas sobre a China, afirmando que eles preferem o controle do que o apoio, e isso também vale para relações com outros países.

“A liderança chinesa acredita que extrai sua força, sua autoridade, do sistema fechado de partido único. Eles procuram garantir sua vantagem por meio da escala e do controle”, aponta Jeremy Fleming da GCHQ. “Isso significa que eles veem oportunidades para controlar o povo chinês, em vez de procurar maneiras de apoiar e liberar o potencial de seus cidadãos.”

“Eles veem as nações como potenciais adversários ou estatísticas de clientes em potencial, a serem ameaçadas, subornadas ou coagidas.”

EUA também estão preocupados com yuan digital

Ainda em abril do ano passado, os EUA também já haviam mostrado preocupação com a introdução da CBDC da China, o yuan digital. Afinal, isso poderia enfraquecer a influência do dólar no mundo.

Indo além, a rigidez do governo chines também está servindo como um “caminho a não ser seguido” por países mais livres. Ou seja, enquanto o Bitcoin foi banido na China, outras nações estão buscando o caminho contrário conforme não concordam com tais práticas totalitárias.

Como destaque, o congressista americano Tom Emmer aderiu a um movimento contra o dólar digital, afirmando que a criação do mesmo ia contra a famosa liberdade americana.

“Simplificando, devemos priorizar a tecnologia blockchain com características americanas, em vez de imitar o autoritarismo digital da China baseado no medo.”

Portanto, muitos acreditam que governos terão ainda mais poder sobre seu povo com a chegada das CBDCs.

Já aqui no Brasil, o atual ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que estas novas tecnologias permitem que todos sejam monitorados. Embora isso seja bom para solucionar crimes, também pode afetar a vida de pessoas comuns, especialmente pela censura.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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