Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, quer que o governo americano injete US$ 2,4 bilhões (R$ 12,5 bi) em sua agência em 2024.
Um dos maiores motivos seria a modernização tanto das ferramentas quanto do pessoal para fiscalizar e combater práticas ilegais do mercado de criptomoedas.
“A rápida inovação tecnológica nos mercados financeiros levou a má conduta em áreas emergentes e novas, principalmente no setor das criptomoedas”, apontou Genslers em seus preparatórios. “Lidar com isso requer novas ferramentas, experiência e recursos.”
Também nesta quarta-feira (29), a SEC fechou mais uma corretora de criptomoedas, a Beaxy, bem como processou seu fundador, alegando que o executivo teria gasto o dinheiro dos investidores para uso pessoal.
Antes disso, dentre outros casos, a Comissão multou a corretora Kraken e também enviou uma notificação à Coinbase. Já na semana passada, processou oito celebridades pela promoção da criptomoeda Tron (TRX).
Ou seja, Gensler e sua equipe estão mostrando trabalho, mas a indústria cripto ainda parece muito grande e rápida para a agência americana cobrir ela por inteira. Afinal, alguns casos levaram anos até serem processados, deixando investidores expostos.
SEC quer bilhões para combater às criptomoedas
Conforme os EUA estão travando uma guerra contra as criptomoedas, é possível que o pedido de Gary Gensler seja atendido. No total, o presidente da SEC pede que o orçamento de sua agência seja de US$ 2,4 bilhões em 2024.
“Tenho o prazer de apoiar o pedido do presidente no ano fiscal de 2024 de US$ 2,436 bilhões para a SEC, para nos colocar em um caminho melhor para o futuro.”
Seguindo, Gensler novamente comenta que boa parte do orçamento estaria voltado ao combate às práticas ilegais do mercado de criptomoedas.
“Esses recursos adicionais fortaleceriam a capacidade da Divisão de proteger as famílias americanas, abordando os riscos nos mercados de criptomoedas, segurança cibernética e da informação e a resiliência da infraestrutura crítica do mercado.”
Contudo, o Bitcoin deve ficar de fora dessa lista. Afinal, o próprio presidente da SEC já afirmou que o Bitcoin é uma commodity, ou seja, estaria fora de sua alçada. Já o Ethereum, e outras criptomoedas que usam Proof-of-Stake, estariam sobre risco de investigação.
Por fim, muitos players da indústria pedem que a Comissão forneça maior clareza regulatória. Por outro lado, a SEC deixou claro nesta quarta-feira (29) que o setor deve se adaptar as leis, e não o contrário.
As falas de Gensler podem ser acompanhas na íntegra no vídeo abaixo.