Peter Schiff, conhecido por suas análises financeiras e por ter previsto a crise financeira global de 2008, fez várias críticas ao Bitcoin em uma série de tuítes neste fim de semana, lançando dúvidas sobre o valor e a viabilidade da principal criptomoeda do mundo.
Schiff é amplamente reconhecido por seu olhar crítico e muitas vezes contrário à corrente predominante do mercado financeiro. Foi ele quem, com antecedência, alertou sobre a bolha imobiliária e a subsequente crise de 2008, o que lhe conferiu credibilidade em círculos financeiros.
Desta vez, sua mira foi direcionada ao Bitcoin. Em um tuíte, ele disse que o Bitcoin é como um culto, e vê a moeda digital mais como um esquema Ponzi do que como um ativo de valor genuíno.
Em seu ponto de vista, os detentores de Bitcoin tentam constantemente trazer novos investidores para sustentar seus próprios investimentos.
“Ninguém precisa de Bitcoin. As pessoas só compram depois que alguém as convence a comprar. Depois de comprarem, tentam imediatamente convencer os outros a comprar também. É como um culto.”
Finally @novogratz got something right about #Bitcoin. He admitted that it's not bought, but sold. No one needs Bitcoin. So people only buy it after someone else talks them into doing so. Then once they buy, they immediately try to convince others to buy too. It's like a cult.
— Peter Schiff (@PeterSchiff) October 18, 2023
Ele foi ainda mais longe ao questionar o suprimento limitado da criptomoeda, afirmando: “Bitcoin não é um recurso. Não é nada. Existem 2,1 quatrilhões de Sats. Portanto, há muitos para todos.”
Aqui, Schiff questiona que, embora o Bitcoin possa parecer escasso, quando se considera a menor unidade da moeda, os Satoshis (ou Sats), há uma abundância de unidades disponíveis.
No entanto, o questionamento do economista pode ser comparado a dizer que 1 real tem 100 centavos, ou que uma pizza pode ser cortada em mil pedaços. Ou seja, um bitcoin continuará sendo um bitcoin.
“BlackRock é um cassino e a casa sempre ganha”
Ao comentar sobre o crescente interesse por ETFs de Bitcoin (fundos negociados em bolsa), Schiff foi cético: “Os promotores do Bitcoin afirmam que, assim que houver ETFs, profissionais de investimento começarão a comprá-los para seus clientes. Isso nunca acontecerá. Há muita responsabilidade envolvida. Assessores de investimento não os comprarão e corretores de ações só aceitarão ordens de compra não solicitadas.”
Quando desafiado sobre suas declarações, Schiff se esquivou e disse que estava ocupado preparando uma festa de Halloween, desviando assim da discussão.
No entanto, ele não hesitou em responder a um usuário que questionou o interesse de grandes instituições como a Blackrock em ETFs de Bitcoin. Schiff sugeriu que, assim como os cassinos lucram com as perdas dos jogadores, as instituições financeiras lucram com os investimentos em Bitcoin, independentemente do sucesso ou fracasso dos clientes.
“Por que existem tantos cassinos em Las Vegas se os clientes perdem dinheiro? Porque essas perdas vão para a casa. Blackrock é a casa.” — disse Schiff.
Because there is money in it for them. Why are there so many casinos in Las Vegas if customers lose money? Because those losses go to the house. Blackrock is the house.
— Peter Schiff (@PeterSchiff) October 21, 2023
Por fim, Peter Schiff expressou surpresa com o fato de o Bitcoin estar sendo negociado acima de US$ 30 mil novamente. Ele também lamentou a falta de atenção da mídia à recente alta do ouro, insinuando que a cobertura é muitas vezes enviesada em favor do Bitcoin.
Por que Peter Schiff odeia o Bitcoin?
Peter Schiff é reconhecido atualmente como um dos maiores críticos do Bitcoin no mundo, ele é um forte defensor do ouro e crítico feroz do Bitcoin, com suas declarações sobre a moeda digital gerando consideráveis debates no Twitter (X).
Ele frequentemente compara o Bitcoin a bolhas financeiras históricas. Em diversas ocasiões, ele fez comparações com a infame bolha da Tulipa, sugerindo que, assim como a especulação em torno das tulipas eventualmente estourou no século XVII, o entusiasmo pelo Bitcoin é insustentável e acabará por explodir.
Schiff também alinhou o frenesi do Bitcoin com a bolha PontoCom no início dos anos 2000, insinuando que muitos investidores podem estar se iludindo com promessas de riqueza rápida, semelhante ao que ocorreu com as ações de empresas de tecnologia no final dos anos 90 e início dos anos 2000.
Uma das comparações mais frequentes feitas por Schiff é entre o Bitcoin e o ouro. Sendo um forte defensor do ouro como uma reserva de valor e hedge contra a inflação, Schiff frequentemente destaca que, ao contrário do ouro, o Bitcoin não tem valor intrínseco.
Ele argumenta que o ouro tem um histórico milenar como moeda e reserva de valor, enquanto o Bitcoin é uma invenção relativamente nova e não comprovada.
Além disso, Schiff não se intimida ao abordar o argumento da escassez, frequentemente usado por defensores do Bitcoin. Ele argumenta que, a verdadeira oferta do Bitcoin é “infinita”.
As declarações de Schiff sobre o Bitcoin também se estendem ao ecossistema mais amplo de criptomoedas e blockchain. Ele já expressou ceticismo sobre as promessas transformadoras da tecnologia blockchain, particularmente em relação a sua capacidade de revolucionar o sistema financeiro global.
É importante notar que, enquanto as opiniões de Schiff são respeitadas por muitos no mundo financeiro devido à sua experiência e histórico, elas representam apenas uma perspectiva em um debate muito mais amplo.
O Bitcoin, desde a sua criação em 2009, tem sido um tema polarizador, e é provável que continue a ser objeto de intensa discussão e escrutínio à medida que se desenvolve e amadurece.