Anthony Pompliano, um dos mais famosos investidores de Bitcoin do mundo, acredita que a maior criptomoeda do mercado continuará subindo. Em conversa com a CNBC na última segunda-feira (1º), o investidor comentou sobre o choque de demanda causado pelos ETFs e pelo choque de oferta que acontecerá daqui a 17 dias com o halving.
Explicando porque o Bitcoin é um ativo tão procurado pelas pessoas, Pompliano dá destaque para a sua complexidade. Enquanto alguns o enxergam como um ativo de risco, outros o compram para se proteger da inflação das moedas estatais.
“Se você conversar com alguém em Wall Street, eles estão comprando porque querem exposição através dos ETFs”, comentou Pompliano. “Mas se você conversar com alguém que vive em um país com risco de confisco de ativos, eles estão comprando Bitcoin porque literalmente acreditam que possam manter suas economias.”
Ou seja, há diferentes tipos de demanda pelo mesmo produto e isso acontece tanto nos EUA, maior sinônimo de capitalismo, mas também na China, onde as criptomoedas estão banidas desde 2021.
Anthony Pompliano acredita que Bitcoin continuará subindo após o halving
Em entrevistas passadas, Anthony Pompliano afirmou que o Bitcoin pode dobrar de preço ainda em março. Sua previsão não se concretizou, mas o investidor continua confiante de que este rali continuará após o halving.
“Atingimos um marco muito importante antes do halving”, apontou Pompliano. “Tivemos os maiores fechamentos semanal, mensal e trimestral do Bitcoin.”
“Nas últimas 4 vezes que [o halving] aconteceu, o Bitcoin subiu pelo menos 300% ao longo do mercado de alta. Não significa que acontecerá novamente, mas como teve [essa alta] antes do halving, foi como um choque de demanda, e agora teremos um choque de oferta.”
Na sequência, o entrevistador Andrew Sorkin lembrou de suas passagens por países afetados pela inflação, como Zimbábue e Zâmbia, mas que ninguém ali investia em Bitcoin. Ou seja, que a narrativa do Bitcoin ser usado contra a inflação poderia ser uma falsa narrativa.
Em resposta, Pompliano lembrou do caso da Nigéria, onde essa busca pelo Bitcoin é nítida. Como exemplo disso, o próprio governo nigeriano culpou corretoras e investidores pela perda do poder de compra de sua moeda, a naira.
“Não sei porque está acontecendo na Nigéria e não na África do Sul, mas vemos que está acontecendo”, continuou Pompliano. “Então, se formos para a Argentina, há algumas pessoas comprando Bitcoin, mas também há muitas pessoas usando stablecoins lastreadas em dólar.”
“Eles atualmente preferem dólar, não Bitcoin. Então acredito que essa adoção varia de país para país.”
Finalizando, o investidor comenta que o dólar pode ser um porto-seguro em países afetados pela hiperinflação, mas que a própria moeda americana perdeu 20% de seu poder de compra nos últimos 4 anos. Portanto, americanos também estão procurando uma solução melhor, assim como estão fazendo nigerianos e argentinos, e a resposta é o Bitcoin.
Faltam 17 dias para o halving
Hoje mais de 19,6 milhões de Bitcoin já estão em circulação, restando cerca de 6,3% de sua oferta para ser minerada ao longo da história. Atualmente mineradores estão recebendo 6,25 bitcoins por bloco, mas esse número será reduzido para 3,125 BTC após o halving.
Programado para o bloco 840.000, estima-se que o halving aconteça no dia 20 de abril, daqui a 17 dias.
Conforme mencionado por Pompliano, o Bitcoin passou por grandes ciclos de alta após o halving, sendo essa a primeira vez que seu topo histórico é rompido antes dessa diminuição da recompensa aos mineradores.
“O alarme desligou, mas a inflação [do dólar] não diminuirá, continuará subindo. As pessoas olham para isso e compram Bitcoin. O Bitcoin subindo está nos dizendo que a inflação é um problema maior do que imaginávamos.”
Portanto, com uma clara tendência de alta no curto, médio e longo prazo, a estimativa é que o Bitcoin continue seu rali. No momento desta redação, o BTC está sendo negociado por US$ 66.000.