A comunidade de Bitcoin mundial está com medo dos recentes relatórios dos governos sobre a capacidade de rastrear operações com Bitcoin. Nos EUA, por exemplo, a Receita Federal está de olho nas operações com criptomoedas. Contudo, os desenvolvedores do Bitcoin estão em busca pela “salvação da privacidade” da moeda.
A salvação da privacidade do Bitcoin já pode ter um nome: SNICKER
O nome até se parece com um chocolate, mas não, o SNICKER pode ser a solução para que a maior moeda digital do mundo permaneça anônima. Um dos pontos de atenção é que o Bitcoin é uma moeda pensada para realizar transações privadas. Há quem diga, entretanto, que é possível rastrear tais operações, principalmente se realizadas de forma errada.
Com isso, o desenvolvedor do Bitcoin, Adam Gibson, pensou em uma solução de evitar as instituições que querem entrar na rede com novas ferramentas de rastreio. O BIP, ainda sem número, pretende utilizar a tecnologia de CoinJoin.
Com o CoinJoin proposto por Gibson, do qual o autor afirmou ser uma técnica simples, as pessoas poderiam novamente realizar transações anônimas com Bitcoin com mais segurança. O desenvolvedor afirmou que os CoinJoins devolvem ao Bitcoin a chamada “fungibilidade intrínseca”.
Privacidade com Bitcoin pode ser adquirida com uso correto de CoinJoin
Adam afirmou que o CoinJoin, de forma correta, poderá ser proveitoso na tecnologia. As soluções que já existem por vezes dificultam para os usuários, ou possuem pontos centrais de falha. Em 2019, um dos mais famosos serviços de mixer de Bitcoin foi fechado pela Europol.
Com o SNICKER, há na visão de Gibson um novo caso de uso para a mixagem de Bitcoins. Além disso, a experiência do usuário será amplamente melhorada, uma vez que este pode já ser integrado nas carteiras. O CoinJoin com SNICKER faz inclusive que os dois usuários que querem a mixagem necessitem estar online ao mesmo tempo.
Ou seja, há esperança de que a maior moeda digital possa, com o desenvolvimento de nova tecnologia, se antecipar e evitar o rastreio de agências públicas e privadas pelo mundo. Cabe o destaque que esse CoinJoin reutilizaria endereços de Bitcoin, algo que poderia ser de fácil implementação para desenvolvedores de carteiras.
O detalhe é que o Bitcoin já possui o caráter da “irrastreabilidade”. Com a solução proposta por Adam, que ainda está em discussão para se tornar um padrão, o BTC se anteciparia a qualquer problema em caso de transações começarem a ser rastreáveis por governos.
Governos do mundo não gostam de transações privadas
A Receita Federal dos EUA já alertou que tem buscado, com novas ferramentas, as transações feitas com criptomoedas. Com isso, o pagamento de impostos com criptomoedas passaria a ser obrigatório.
Entretanto, com as transações sendo realizadas sem o uso de corretoras, é complicado para os governos cobrarem impostos de usuários de criptomoedas. Há sempre a desconfiança que estas são usadas para lavagem de dinheiro, logo acontece uma perseguição sobre os usuários.
Alguns países já baniram de corretoras as chamadas criptomoedas privadas, como a Dash, Monero e Zcash. Entretanto, o Bitcoin continua a ser permitido na maior parte desses.
Caso a moeda passe a realizar mais transações privadas, pode acontecer de alguns governantes colocarem regras duras sobre o uso do Bitcoin. Em resumo, a ideia do SNICKER é muito boa para os entusiastas do Bitcoin, mas pode endurecer regulamentações sobre a moeda digital no mundo.
A ideia do SNICKER é antiga, pensada por Adam Gibson há dois anos, segundo um post em blog. Contudo, a ideia tem evoluído e já possui a carteira Electrum como interessada na tecnologia. Esta última é uma das carteiras de Bitcoin mais utilizadas no mundo.