Polícia na China congela contas bancárias de empresas ligadas às criptomoedas

No país a legislação não proíbe as criptomoedas de serem utilizadas.

A polícia na China congelou algumas contas bancárias de empresas ligadas ao mercado de criptomoedas. As acusações são que as empresas estariam atuando de forma ilegal, facilitando a lavagem de dinheiro, evasão de divisas, entre outros.

Cabe o destaque que desde 2017 as corretoras da China não conseguem trabalhar com par de negociações em Yuan. Ou seja, por lá é difícil comprar criptomoedas em corretoras, apesar de ainda existirem as negociações pelo balcão OTC.

Contudo, as criptomoedas não são completamente ilegais na China, com a mineração sendo uma das atividades aliviadas pelo governo. Além disso, o trade de apenas criptomoedas ainda é permitido, desde que não utilize a troca por Yuan.

Apesar das ações da polícia chinesa serem estranhas, o país vive sob um regime considerado ditatorial. Mesmo assim, há semelhanças dessas atitudes com algumas vistas no próprio Brasil, que vive na teoria, em uma democracia.

Polícia na China congela milhares de contas bancárias de empresas ligadas ao mercado de criptomoedas

O mundo vê uma escalada dos governos sobre as criptomoedas, que acusam essas de serem ferramentas para facilitar negócios considerados ilegais. Ainda que um relatório recente tenha desmistificado o tema, apontando que as criptomoedas são utilizadas em apenas 1% dos crimes, a perseguição continua.

Dessa vez, chamou atenção que na China a polícia congelou contas de empresas em investigações. Teriam sido milhares de contas bancárias de várias empresas congeladas, apurando crimes como sonegação de imposto, lavagem de dinheiro, entre outros.

De acordo com o portal de notícias local, CoinNewAsia, a operação faz parte de um programa de repressão contra negócios ilegais. Todas as contas congeladas teriam relação com atividades criminosas na China, por isso a polícia atuou e acabou prejudicando algumas empresas de criptomoedas.

O caso chamou atenção devido ao bloqueio de milhares de contas bancárias, reportado por um site chinês chamado 8BTC. De acordo com informações locais, teriam sido 4 mil contas relacionadas com um mercado OTC bloqueadas pela polícia da região de Guangdong, na China.

Algumas das contas, confessou a polícia, não possuem relação direta com os crimes, mas mesmo assim foram bloqueadas. As linhas de investigação apontam que o Tether (USDT) tem sido uma das criptomoedas utilizadas nos crimes. Cabe o destaque que a stablecoin Tether tem emissão de Yuan Digital (CNH₮), algo que o governo chinês pode ver com desconfiança.

Contas poderão ser desbloqueadas com avanços das investigações

A polícia da China afirmou que as contas bloqueadas, supostamente usadas para crimes com criptomoedas, poderão ser desbloqueadas caso não sejam encontradas relações. Ou seja, a medida seria preventiva, enquanto a polícia apura o caso.

A China teme uma evasão de divisas no país, e desde 2017 proíbe que sua população troque Yuan por criptomoedas em corretoras. Além disso, o banco central do país teme que as criptomoedas facilitem a sonegação de impostos, por isso fica de olho no assunto.

Contudo, com a dificuldade de trocar criptomoedas por Yuan diretamente, a modalidade OTC cresceu no país asiático. As trocas tem sido monitoradas, e esse bloqueio policial chamou atenção pela imensa quantidade de contas bancárias bloqueadas. A polícia garante que só houve bloqueio de contas que supostamente utilizam recursos para o crime, quem não é suspeito não teve problemas.

Apesar das cautelas com criptomoedas na China, o Tribunal Popular Intermediário nº 1 de Xangai, por exemplo, já deu uma decisão afirmando que o Bitcoin é garantido pela lei. Já o Tribunal Popular do Distrito de Futian (Shenzhen), decidiu que o Ethereum é uma propriedade legal, com valor monetário.

A China hoje é uma das principais potências econômicas do mundo e um dos defensores do dinheiro digital. Por lá, uma versão do Yuan Digital está sendo construída, com planos de ser liberada ainda em 2020. Mesmo assim, as repressões contra as criptomoedas públicas ainda assustam a comunidade Bitcoin mundial, uma vez que alguns exageros são vistos.

Problema também acontece no Brasil, com perseguições de bancos a empresas de criptomoedas locais

Apesar da China ser um país autoritário e com pouca liberdade individual, as tensões com empresas de criptomoedas tem sido vistas desde 2017. Naquele ano, o país proibiu a conversão da moeda local em criptomoedas.

Mesmo assim, em países com maior flexibilização da liberdade, em relação à China, o assunto ainda é um pouco semelhante. No Brasil, por exemplo, os bancos tradicionais têm encerrado contas bancárias de corretoras de criptomoedas, sem aviso prévio e com alegações de falta de interesse comercial.

O Mercado Bitcoin, por exemplo, teve uma conta encerrada pelo Banco Santander, que ainda reteve mais de R$ 1 milhão da corretora. O caso segue em disputa judicial, no Supremo Tribunal de Justiça. Assim como o Mercado Bitcoin, os bancos continuam a encerrar contas bancárias de várias corretoras e empresas de criptomoedas no Brasil.

Ou seja, mesmo o Brasil sendo um país “mais livre” que a China, há semelhanças na caça ao mercado de criptomoedas. Os bancos consideram este mercado concorrente, e tem dificultado o acesso às negociações de criptomoedas. Apesar das dificuldades, alguns bancos pelo mundo olham com carinho para o Bitcoin, como o JPMorgan, que tem feito várias análises da moeda e liberado contas para corretoras dos EUA.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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