Uma empresa chamada StarkWare anunciou em seu blog no último dia 04 de março uma tecnologia para aumentar a escalabilidade da rede Ethereum, que seria na visão da empresa melhor do que a Lightning Network do Bitcoin.
Iniciativa da empresa é apoiada por Vitalik Buterin e Joseph Lubin
A StarkWare passou em 2018 por uma rodada de investimentos que levantou cerca de U$ 36 milhões, sendo um dos investidores a Ethereum Foundation.
Vitalik Buterin, um dos fundadores do Ethereum, publicou em seu site ainda em 2017 uma explicação em três partes do funcionamento da tecnologia STARK, em colaboração com o cofundador do projeto Eli Ben Sasson.
A empresa fez um anúncio que coloca a tecnologia StarkPay à frente da Lightning Network (LN), que processa transações Bitcoin fora da rede principal.
Essa iniciativa promete melhorar, além da escalabilidade da rede Ethereum, a privacidade das transações, sendo o segundo objetivo da empresa nesta etapa do desenvolvimento.
Já há um produto em teste chamado StarkDEX que promete ajudar a melhorar a escalabilidade das exchanges descentralizadas da rede Ethereum.
A StarkPay acredita ser melhor que a LN em eficiência de capital e transações offline. Apesar disso, há o problema de centralização de provedores nos estágios iniciais.
Comparação com a Lightning Network do Bitcoin
A Lightning Network (Rede Relâmpago) é uma solução criada para aumentar a escalabilidade de transações por segundo, uma alternativa que é processada também fora da blockchain do Bitcoin.
A ideia é que transações pequenas e comuns não precisem ser armazenadas na blockchain do Bitcoin, realizando-as em uma modalidade fora da rede (offchain).
Para isso, dois usuários dispostos a utilizar a LN devem abrir um canal de comunicação, permitindo micropagamentos entre os mesmos. Isso é considerado ineficiente pela StarkWare.
Usando o exemplo anterior, digamos que você tenha dois canais privados separados abertos: um entre você e um restaurante qualquer, e outro entre você e um colega de trabalho próximo.
Um dia, o colega de trabalho o acompanha até o restaurante para o almoço. Ele também quer comprar o almoço no estabelecimento. Em vez de abrir seu próprio canal privado offchain, ele pode transferir dinheiro para o local usando sua conta Multi-Sig (multi-assinatura), que atua como um intermediário entre ele e a empresa.
De acordo com dados do site 1ml.com, a LN já possui no momento da escrita desta mais de 34.300 canais criados, com uma capacidade de mais de 770 BTCs para serem transacionados.
Diferentes soluções para um mesmo problema
Ambas soluções estão sendo testadas amplamente no mundo por pessoas e comércios, sendo ainda em estágios iniciais para resolver um mesmo problema: escalabilidade em blockchains públicas.
Como a tecnologia blockchain ainda é nova no mundo, muitas ainda não conseguem competir com sistemas tradicionais de pagamento no quesito velocidade de transações por segundo (TPS).
Apesar da comunidade estar em cima da tecnologia Lightning Network, testando amplamente como no caso da Tocha do Bitcoin, ainda surgirão várias tecnologias para resolver o problema da escalabilidade da moeda principal.
Já o Ethereum foi criado recentemente, ainda em 2015, sendo a StarkPay muito nova ainda para ter um grande destaque.
O volume de transações do Bitcoin ultrapassou o do Paypal em 2018, pelo segundo ano consecutivo, o que já coloca às criptomoedas como uma realidade de pagamentos mundiais.
Com a parceria com a StarkWare, a Ethereum vem à luta para ser uma das principais soluções no setor de pagamentos descentralizados, uma movimentação importante visto o crescimento dos concorrentes Bitcoin e Ripple no mercado mundial.