A vida não está nada fácil para a Binance:
- 25/Jun: Regulador do Japão emite alerta;
- 26/Jun: Ontário no Canadá pede pra Binance bloquear usuários;
- 2/Jul: Reguladores da Tailândia e Cayman entram com ação;
- 8/Jul: Regulador da Polônia emite alerta;
- 13/Jul: Saques em fiat na Inglaterra bloqueados;
- 15/Jul: Regulador da Itália emite alerta;
- 16/Jul: Encerra negociação de ações tokenizadas;
- 26/Jul: Limita alavancagem em 20x para novos usuários;
- 27/Jul: CZ quer deixar cargo de CEO para alguém com experiência regulatória;
- 28/Jul: Limita saques em 0,06 BTC para usuários sem KYC – identificação;
Afinal, a exchange como conhecemos vai acabar?
Não exatamente. O volume diário da Binance não deve sofrer impacto, pois grande parte é feita por arbitradores e baleias, que sabem contornar essas restrições através de conta PJ em paraísos fiscais.
Uma das grandes “facilidades” da exchange era o limite alto de saques sem KYC. De fato, ainda restam OKEx, Kucoin, e Bybit, porém são consideradas menos “seguras” que a líder.
Como sempre, o grande prejudicado é o pequeno e médio investidor, que fica obrigado a expor dados pessoais sensíveis para continuar utilizando a exchange.
Por que Binance cedeu para os reguladores?
Mesmo que CZ diga que a Binance não possui sede física, os reguladores locais não querem saber disso.
Na Inglaterra é proibido oferecer alavancagem acima de 30x, além da liquidação forçada ter que ocorrer antes de zerar todo saldo do cliente. Além disso, é obrigatório informar qual percentual dos clientes perdeu dinheiro no produto.
Em suma, cada país (ou região) possui suas próprias regras, portanto, se a Binance não segui-las, vai enfrentar problemas.
Isso pode afetar os parceiros locais (gateways) de pagamento em moeda fiduciária, gerar multas, e eventualmente processos que vão aos poucos inviabilizar a operação como um todo.
Alguma exchange está “salva”?
Não. Mesmo a Coinbase, que já pagou uma multa de U$ 6,5 milhões por Charlie Lee ter manipulado preço e volume do Litecoin, está sendo investigada em outros casos.
Enquanto não existir uma regulação pro setor, a dúvida fica no ar.
As incertezas envolvem a atuação dos formadores de mercado (internos ou parceiros), venda de informação para grandes arbitradores, criptos que na verdade são valores mobiliários, instabilidade de sistemas em horários de pico, entre outros.
A regulação será “ruim” pro setor?
Olha, com certeza vai trazer restrições, já que hoje, na teoria, qualquer coisa é permitida. No entanto, só o fato de definir limites e regras torna o setor mais atrativo.
Novos tokens podem ser criados e ofertados dentro da lei, assim como abre as portas para empresas e investidores que antes evitavam a “zona cinzenta”. Em resumo, no final será positivo.