Após apresentar resultados positivos no outubro verde, o Bitcoin fecha o mês de novembro no vermelho. A queda de 16% é reflexo da falência da terceira maior corretora de criptomoedas, a FTX, seguida pelo contágio para outras empresas do setor.
Entretanto, a boa notícia é que o bitcoin iniciou o mês de dezembro acima dos US$ 17.000, sendo um alívio aos touros após a moeda chegar a ser negociada por US$ 15.500 na semana passada.
Quanto as altcoins, estas também permanecem pressionadas. O Ethereum, segunda maior, perdeu 19% de seu valor nos últimos 30 dias, apagando todo entusiasmo adquirido durante a atualização The Merge.
Já criptomoedas com laços mais fortes com a FTX foram as mais afetadas. Solana (SOL) está em queda mensal de 58%, já a FTT com perdas de 95%, sendo um milagre ainda não ter chegado a zero.
Poucas aparecem na contramão desta tendência vermelha. Litecoin (LTC) com alta de 41% após rumores da reentrada de Charlie Lee é uma delas, assim como a Toncoin (TON) após Pavel Durov, CEO do Telegram, anunciar uma carteira e corretora descentralizada de criptomoedas.
Volume cresce no Brasil após queda de preço
Após um período de certa estabilidade, com o Bitcoin mantendo-se na faixa dos US$ 20.000 dólares, o volume de negociações cresceu em novembro com a queda de preços.
Enquanto outubro registrou um volume de R$ 2,5 bilhões, novembro registrou 32% a mais de volume, ultrapassando a marca dos R$ 3,3 bilhões de negociações apenas entre Bitcoin e Real (BTC/BRL).
Quando analisado o volume de todas as criptomoedas, o mesmo saltou de R$ 6,3 bilhões para R$ 9,2 bilhões, uma alta de 46%.
Tal volume pode estar relacionado ao pânico dos investidores, que correram para vender suas criptomoedas após a falência da FTX. Entretanto, outros podem ter aproveitando a queda para adquirir bitcoins com um desconto.
O que esperar para dezembro?
Embora o Bitcoin tenha iniciado o mês de dezembro acima dos 17 mil dólares, alguns investidores alertam que o momento ainda é de tensão. Além do contágio da FTX estar quebrando corretoras menores, até mesmo grandes players podem ser prejudicados.
O principal deles é o banco Silvergate, também chamado de “Banco do Bitcoin” devido a sua grande ligação com empresas de criptomoedas. Em um fio no Twitter, Genevieve Roch-Decter destaca que o banco possui alguns bilhões da FTX, bem como exposição a outras corretoras.
“Em apenas 3 semanas desde o início do colapso do FTX, as ações do Silvergate caíram 50%”, aponta Roch-Decter em sua série de tuítes. “Cohodes não acha que o FTX sozinho poderia derrubar o Silvergate. Mas já vimos um “efeito dominó” derrubar outras empresas.”
The Silvergate Exchange Network enables the bank’s digital currency and institutional investor clients to send U.S. dollars and euros between their Silvergate accounts and the accounts of other Silvergate clients.
Here’s a graphic the company shared in February: pic.twitter.com/RKGLq1ZTSg
— Genevieve Roch-Decter, CFA (@GRDecter) November 30, 2022
Por fim, até mesmo a MicroStrategy, empresa pública com o maior número de bitcoins em caixa, possui ligação com o Silvergate por conta de empréstimos. Sendo assim, investidores de Bitcoin devem acompanhar o andamento desta história.