Bitcoin é a primeira criptomoeda que o mundo viu, apesar de a moeda digital ser a mais famosa e também a mais valiosa em termos de capitalização de mercado ( $ 340 bilhões), quando o assunto é volume a liderança foi assumida em outubro por uma stablecoin. [Via Decrypt].
A nova líder, a Tether, é uma criptomoeda lastreada em dólar, ou seja, cada Tether (USDT) vale $ 1. A moeda é usada em transações entre corretoras e também como uma forma de “hold”. Como a moeda tem um preço fixo, alguns traders preferem deixar seus fundos em USDT até o dia seguinte, quando voltam a operar.
Essas duas utilidades básicas por si só já respondem por grande parte do volume da moeda, mas em 2020 a adoção do ativo conseguiu um aumento considerável.
A Tether também é utilizada para transferências internacionais por grandes instituições, uma alternativa ao sistema Swift. Até o governo dos EUA usam o ativo para enviar fundos à Venezuela.
De acordo com dados do CoinMarketCap, o volume médio mensal do ativo digital disparou desde janeiro de 2020, nas últimas 24 horas, por exemplo, a Tether tem quase o dobro de volume do Bitcoin, que tem $ 26 Bilhões de volume contra $ 44 bilhões da Tether, o volume é maior que das três maiores criptomoedas juntas, BTC, ETH e XRP.
O motivo da alta de volume, de acordo com o Decrypt, é que o ativo digital é muito utilizado em transações OTC, 33% do volume da moeda é movimentado na China, quase o dobro do visto na América do Norte (17%).
Em momentos de queda do mercado de criptomoedas vários investidores convertem seus ativos em Tether, uma forma de minimizar perdas.
O propósito da moeda assim como de outras stablecoins é muito claro, o ativo tem objetivo de fornecer liquidez para corretoras de criptomoedas criando um meio mais estável para os preços em relação às moedas fiduciárias.
O rápido crescimento no volume de transações do USDT é certamente uma grande conquista para a Tether, mas para a rede, o crescimento trouxe problemas de lentidão. Uma das soluções para este problema de escalabilidade foi adotar 6 Blockchains diferentes, as transações em Tether agora são processadas pela rede Ethereum, EOS, Liquid, Algorand, Omni e Tron.
A Tether continua crescendo a passos largos, e, de olho neste mercado, o Facebook está preparando sua própria stablecoin, a Diem. Resta saber se a gigante das redes sociais vai conseguir tomar o domínio da Tether.
Outra ameaça ao ativo digital é uma nova lei que pode ser aprovada nos EUA, o STABLE Act, um projeto de lei que quer exigir emissores de stablecoins, como a Tether, adquirirem licenças bancárias e terem aprovação do Banco Central.
Esta também é uma diferença entre a Tether e o Bitcoin. Enquanto a primeira vive de joelhos para regulações e estão sujeitas ao que os reguladores querem, a segunda é descentralizada e resistente a censura.
Por isso um Bitcoin vale R$ 100 mil e um Tether vale R$ 5.