Na última semana, o tema blockchain voltou a estar em alta no setor público brasileiro. Isso porque, as agendas de vários órgãos ligados ao governo federal estiveram debatendo o assunto e analisando projetos.
Na última terça (21), o Ministério da Economia analisou um projeto com a tecnologia blockchain. Criado pelo INEPP, o projeto de uma blockchain privada foi apresentado em uma reunião exclusiva a vários diretores do governo.
Uma entidade vinculada a Casa Civil, o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) tem participado dessas reuniões. Além disso, tem conduzido suas próprias pesquisas sobre o assunto, analisando mais projetos criados com uso da blockchain. A digitalização do governo era importante antes, mas com a pandemia, tornou-se urgente.
Tecnologia blockchain segue em alta no setor público brasileiro
O governo brasileiro busca criar ferramentas para digitalização dos serviços oferecidos. A justificativa é que assim, o governo possa oferecer com menor custo um serviço rápido e eficiente. Ao buscar essa inovação, certamente o uso de tecnologias emergentes estão passando por análises.
Uma delas é a tecnologia blockchain, que se tornou popular desde a criação da moeda Bitcoin. Desde 2009, quando o Bitcoin foi criado por Satoshi Nakamoto, o termo blockchain passou por avanços, chegando hoje a ser alvo de estudo por governos e empresas.
No Brasil, por exemplo, o governo lançou uma estratégia recentemente para digitalizar o máximo possível de serviços. O programa, chamado de governo digital, busca criar inovações em todos os setores, reduzindo custos e burocracias.
Entidade vinculada à Casa Civil, da Presidência da República, o ITI é um dos que analisam projetos neste setor. Na última sexta (24), o Diretor-Presidente do ITI, Carlos Fortner, teve em sua agenda uma reunião sobre as aplicações da IBM Blockchain Plataform. A reunião, que aconteceu por vídeo-conferência, não teve mais detalhes revelados, mas mostra que o governo tem buscado alternativas blockchain para inovação.
De fato, essa foi a segunda grande reunião no governo federal no prazo de uma semana. No início da semana o Ministério da Economia também havia montado uma força-tarefa para conhecer uma aplicação blockchain.
Tribunal de Contas do Estado do Ceará também promoveu debates sobre o assunto
Apesar dos esforços federais de incluir a tecnologia blockchain no rol de serviços oferecidos, os estados também avançam no tema. O Tribunal de Contas do Estado do Ceara é um dos que enxerga na blockchain um grande potencial para inovar o serviço público e enfrentar a pandemia do COVID-19.
Na última quinta (23), por exemplo, a Escola de Contas do TCE Ceará, Instituto Plácido Castelo (IPC), promoveu uma live sobre o tema. Chamada de “A sociedade pós-Covid: transformações disruptivas com blockchain no setor público“, teve convidada a Florencia Ferrer, socióloga e pós-doutora pela USP.
De acordo com Ferrer, o estado precisa ser digital, mesmo com boa parte hoje já estando em plataformas. A analista ainda pontuou que a tecnologia fornece mais transparência, o que ajuda no combate a corrupção, principalmente em licitações.
Para enfrentar a crise, várias soluções têm sido analisadas pelo governo, federal e de vários estados, e a blockchain tem estado em alta no setor público. Suas principais características são armazenamento de informações, imutabilidade, transparência e descentralização.