Tidos como a grande promessa do ano passado, os setores de NFTs, play-to-earn e metaverso acabaram decepcionando alguns investidores. Conforme destacado pela revista PC Gamer, a internet teve um impacto decisivo neste fracasso.
Uma das principais críticas foi explicada por Edward Snowden, famoso por liberar documentos secretos dos EUA. Segundo o ex-NSA, as pessoas chegam cansadas de seus trabalhos e a última coisa que querem é descobrir que precisam pagar US$ 19,99 para pintar a parede de sua casa virtual.
“Há algo horrível e hediondo e trágico nisso”, disse Snowden ainda em 2021.
Tal sentimento parecia unânime entre aqueles que queriam apenas jogar e não se tornarem investidores. Outro tuíte do início de 2022 mostra como jogadores enxergavam, e provavelmente ainda enxergam, o mundo dos NFTs.
“Todo cara do NFT olha para os videogames e pensa “e se você pudesse ter o chapéu do Mario” e todo mundo diz “você é estúpido e está drogado?””
Every NFT guy looks at video games and thinks “what if you could own Mario’s hat” and everyone else goes “are you fucking stupid and high?”
— Chris "Three PVMs" Person (@Papapishu) January 2, 2022
Estúdios viram potencial, mas foram rebatidos pela comunidade
É difícil imaginar que os estúdios não gostaram da ideia dos NFTs. Afinal, eles poderiam aumentar seus lucros exponencialmente, podendo atrair dinheiro até mesmo de pessoas que não jogam os seus jogos. Algumas das maiores editoras chegaram a estudar o tema conforme conversas sobre jogos play-to-earn ecoavam por todos os lados.
Entretanto, a pressão da internet parece ter posto um ponto final na maioria desses empenhos.
Um dos principais boicotes teve o Discord como protagonista. Na época, o serviço amplamente utilizado por gamers estava pronto para integrar uma carteira de Ethereum em sua plataforma, mas acabou desistindo após diversos usuários cancelarem suas assinaturas.
“Os editores estão se afastando dos NFTs porque não veem valor neles ou porque são impiedosamente ridicularizados toda vez que falam sobre eles?” questiona a PC Gamer.
A guerra entre mineradores e jogadores
Além da questão dos jogos com NFTs, também existia outra grande treta nos bastidores. O preço das placas de vídeo estavam nas alturas, principalmente por conta do Ethereum, lar de muitos destes projetos.
Em outras palavras, os jogadores odiavam os mineradores e, por consequência, os NFTs. No entanto, o principal argumento estava relacionado a questões ambientais, deixando as GPUs de lado.
“Para deixar isso claro: não quero ter nada a ver com nenhum projeto de criptomoedas, mesmo que seu “jogo” blockchain tenha um cachorro de estimação nele. Venda seu golpe queimador-de-planeta em outro lugar.”
To make this clear: I want nothing to do with any crypto project, even if your blockchain "game" has a pettable dog in it. Peddle your planet-burning scam somewhere else.
— Can You Pet the Dog? (@CanYouPetTheDog) August 12, 2022
Por fim, a internet conseguiu afastar grandes estúdios de projetos NFTs. Contudo, vale notar que o Ethereum abandonou a mineração por placas de vídeo, o que pode apaziguar esta briga, mas ainda há muitos pontos a serem discutidos.