A farra dos hackers nas corretoras de bitcoin, conhecidas também como exchanges, pode estar com os dias contados com algumas ferramentas que estão chegando no mercado.
Quando se pensa em criptomoedas e blockchains públicas, automaticamente se pensa em transparência e em auditoria. São características da tecnologia que fazem com que ela tenha destaque e sentido no mundo atual e para o futuro das finanças.
Uma empresa já conhecida pela comunidade de criptomoedas é a Blockstream, que lançou um satélite ao espaço e é empreendedora de outras iniciativas.
A empresa anunciou que vai lançar uma ferramenta que vai provar a liquidez das exchanges.
Liquidez significa que um ativo pode ser facilmente convertido em outro, sendo que esse fator pesa muito na confiança de algumas operações que são acusadas de manipular volume de criptomoedas em suas plataformas.
O caso foi apelidado pela empresa como Proof of Reserves (Prova de Reserva), no sentido de provar que as exchanges possuem liquidez e que os fundos estão com as mesmas, garantindo mais transparência ao mercado.
Em um post no blog oficial da empresa no dia 04 de fevereiro, ela afirmaou “A ferramenta Proof of Reserves da Blockstream repete os métodos já experimentados e testados, já utilizados na indústria, em vez de tentar criar uma solução “sofisticada” do zero“. A ferramenta terá integração com carteiras de Bitcoin e com a Trezor a princípio, com suporte a Ledger em breve.
Outra solução sendo desenvolvida pela empresa Arwen vem com a missão de evitar que os usuários sejam hackeados. A iniciativa chega em momento em que os hackers de exchanges já se tornam insustentáveis no mercado de criptomoedas.
A empresa está construindo um software que permitirá aos usuários manter a posse dos seus fundos mesmo em operações centralizadas, sendo apelidada de transação peer-to-exchange pela empresa, em alusão ao movimento inicial do Bitcoin ser peer-to-peer (P2P).
Somente em janeiro e fevereiro de 2019 vários casos já aconteceram no setor, sendo a exchange Cryptopia hackeada duas vezes e a exchange canadense QuadigaCX que viu seu dono falecer sem tomar medidas de precaução com os fundos dos clientes. Estes são apenas mais alguns casos de que as operações centralizadas de corretoras não são em grande parte confiáveis.
Há quem poderia levantar a bandeira para o uso de exchanges descentralizadas (DEX) para resolver esses problemas, mas a adoção da comunidade não tem sido suficiente para evitar os casos de fraude.
Em uma pesquisa do entusiasta Jimmy Song em seu Twitter no último dia 03 de fevereiro, que teve mais de 4 mil respostas, 71% das pessoas disseram que possuem de 1 a 5 cadastros em exchanges de criptomoedas. Além disso, 21% dos respondentes possuem de 6 a 20 cadastros em corretoras cripto, ou seja, a exposição das pessoas a operações que por vezes são ruins é altíssima.
O mercado cripto vê no horizonte a luta pela melhor forma de crescer com confiança no mundo, ainda que não da forma pensada inicialmente por Satoshi Nakamoto, que era a de transações sem intermediários.