A moeda emitida pelo Banco Central dos EUA, o FED, tem sido cada vez mais buscada. Enquanto o mundo voa em busca de Dólar, as criptomoedas lastreadas na moeda norte-americana veem uma explosão na sua demanda.
De fato, o Bitcoin (BTC), maior moeda digital em valor de mercado, atualmente possui menos volume diário que, por exemplo, o Tether (USDT). O Tether é a maior criptomoeda lastreada em dólar hoje, também chamada de stablecoin.
O detalhe é que mesmo sendo lastreadas em dólar, muitas criptomoedas têm sofrido com a oscilação da moeda dos EUA. Isso porque o FED, que imprimiu muito dólar no mercado mundial nas últimas semanas, baixando a taxa básica de juros, pode ter prejudicado essas stablecoins.
Dessa forma, mesmo que o aumento da demanda pelas criptomoedas lastreadas em dólar tenha crescido, o cenário é preocupante no longo prazo. Confira a análise abaixo.
Dólar tem sido considerada “moeda segura”, com criptomoedas lastreadas nele tendo uma explosão na demanda
O dólar (USD) é emitido de forma soberana pelos EUA, que detêm atualmente a referência de Banco Central do mundo. Isso porque, com a impressão desta moeda, que se tornou padrão internacional entre países, os EUA detêm grande influência na política monetária global.
Na última terça (31/03), por exemplo, o FED lançou um novo plano para gerar liquidez no mundo. Para isso, o BC dos EUA anunciou que irá comprar títulos da dívida que outros países tenham, em troca, oferecerá dólar. Dessa forma, o FED injeta liquidez de sua moeda no mundo.
Com o dólar passando por um momento de brilho, na visão de vários investidores, não demorou para que as criptomoedas lastreadas nele ganhassem destaque. A principal stablecoin é a Tether (USDT), que ocupa a quarta posição das criptomoedas mais valiosas em market cap.
Nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap, o volume de Bitcoin negociado foi superior a U$ 33 bilhões. Já o volume do Tether ultrapassou U$ 39 bilhões no mesmo período, mostrando que o interesse pela negociação desta moeda é maior que do Bitcoin.
Coronavírus apresentou criptomoedas ao mundo
De acordo com Hasu, entusiasta do Bitcoin e escritor da Coindesk, o mundo ficou agitado nos últimos 30 dias. A história foi agitada por uma pandemia, do novo coronavírus, que apresentou a investidores as moedas digitais.
Para Hasu, as negociações de stablecoins, latreadas em Dólar, já invadem o mercado de criptomoedas. O analista explicou recentemente que o último mês (março), mostrou uma explosão no volume de criptomoedas lastreadas em dólar.
Para Hasu, há uma correlação do aumento da busca por dólar e das criptomoedas lastreadas na moeda norte-americana. O analista afirmou que esse aumento é histórico.
Além disso, Hasu apontou que três fatores explicam a busca por criptomoedas lastreadas em dólar. Um deles seria a busca por dólar, mas um token que o representa cumpre bem essa função.
Em outro ponto, Hasu afirmou que como são criptomoedas, estão “livres de tributação”, o que as torna mais atrativas que o dólar real. Por fim, com a quarentena imposta nos países, uma espécie de dólar digital ganha mais força, pelo menos temporariamente.
Impressão de Dólar pelo FED atrapalha as stablecoins no longo prazo
Contudo, nem tudo é festa no campo das stablecoins, pois o FED andou fazendo um movimento grande. A impressão de novos dólares pelo Banco Central dos EUA injetou uma liquidez nunca vista na história mundial.
Para Hasu, fica claro para os emissores de stablecoins, que afirmam manter uma reserva de dólares nos bancos, os tempos serão difíceis. Isso porque, ao manter tais reservas nos bancos, é comum comprar títulos de renda fixa.
Entretanto, com a imensa impressão de dólares, o FED cortou a taxa básica de juros, que é negativa agora. Ou seja, a reserva em dólar, que mantém as criptomoedas lastreadas, poderá depreciar no longo prazo.
Neste ponto, Hasu apontou que os emissores de stablecoins deverão buscar ativos de mais riscos para manter seus lastros rentáveis. Mesmo assim, o entusiasta acredita que o cenário é promissor para essas criptomoedas.
Dólar digital já está em produção pelos EUA, em breve, novo concorrente de peso pode conter “explosão”
Apesar da alta demanda pelas stablecoins, as criptomoedas lastreadas principalmente em dólar ganharão um concorrente de peso. O FED já trabalha no desenvolvimento de uma versão de dólar digital, que poderia utilizar até a blockchain Ethereum para isso.
Os testes estão sendo conduzidos com celeridade, principalmente neste momento de crise financeira. Em 2020, é esperado algum lançamento público, mesmo que para testes.
Alguma notícia também é esperada pela China, que cria sua moeda digital. Por lá, o Yuan já é praticamente digital, porém, há planos de criar uma tecnologia específica para isso.
No Brasil, o dólar já superou o Real em 29% no último trimestre, uma alta que deprecia a moeda brasileira de forma brutal. Alguns analistas, segundo o Investing, não acreditam que deverá haver um alívio dessa alta tão cedo.
A desvalorização de moedas nacionais, frente ao dólar principalmente, eventualmente poderão apresentar para a população as criptomoedas. O Bitcoin é a maior digital e mais segura, podendo brilhar no ano de 2020, segundo um analista.