A Argentina foi alvo de um ataque ransomware recentemente, que atingiu seu setor de imigração. Com o ataque, os hackers roubaram dados da imigração Argentina, que agora foram publicados na deep web.
Nos últimos anos, ataques do tipo ransomware têm ficado cada vez mais comum. Empresas, governos e pessoas têm sofrido com o problema, que fica cada vez pior, principalmente com a pandemia.
A região da América do Sul tem sido alvo dos hackers, conforme apontado pelo Livecoins, desde 2019. Dessa forma, os alvos recentes causaram danos importantes e tiveram enorme repercussão na mídia mundial.
Na Argentina, assim como no Brasil, os hackers buscam cada vez mais atuar com a extorsão digital. Isso porque, com ferramentas ransomwares, softwares maliciosos são instalados em computadores de vítimas.
Dessa forma, todos os arquivos se tornam indisponíveis, ou seja, são criptografados. Após isso, é possível ver endereços de criptomoedas para que sejam efetuados os pagamentos de resgates. A prática, contudo, é desincentivada por especialistas em segurança digital.
Na Argentina, os dados da imigração foram roubados pela prática no final de agosto. De acordo com as autoridades, apenas informações de 2015 e 2016 teriam sido roubadas pelos hackers.
Após infectar a imigração com um ransomware, os hackers entraram em contato pedindo cerca de U$ 2 milhões. O pagamento teria uma data para ser realizado. Após o não pagamento do valor, os hackers aumentaram o pedido, afirmando que se U$ 4 milhões não fossem pagos, os dados seriam vazados.
O governo argentino negou negociar com os hackers, que agora cumprem com o prometido. Segundo um perfil no Twitter, os dados são sensíveis e há muita informação recente vazada, inclusive dados de passaportes. Os dados foram colocados públicos gratuitamente.
Quando o ataque aconteceu, no final de agosto, o sistema de imigração da Argentina ficou paralisado por mais de quatro horas. Naquele dia, pessoas que precisavam sair ou entrar no país tiveram problemas.
Na ocasião, a Direção Nacional de Migrações da Argentina afirmou que conteve o ataque aos sistemas. Contudo, foram vazados mais de 2,8 GB, de acordo com um perfil anônimo no Twitter, chamado mis2centavos.
O perfil acusou o governo argentino de tentar ocultar o caso da população, negando o vazamento de dados inicialmente. Com muitas informações na deep web, inclusive de 2020, apontou o perfil, o governo teve comprovado a mentira.
Se presos, os hackers poderão responder por estelionato, dano agravado e acesso ilegítimo a dispositivos informáticos e informações pessoais. Em casos como esse, no entanto, os hackers podem estar em qualquer lugar do mundo. Caso você ou algum conhecido tenha viajado para a Argentina recente, seus dados podem estar públicos caso o vazamento se confirme.
Este ataque hacker é apenas mais um de grandes proporções que a Argentina recebeu em 2020. Nos últimos meses, por exemplo, a maior empresa de telecomunicações do país foi invadida. Na época, os hackers pediram U$ 7 milhões em Monero da Telecom para não liberar os dados.
Em fevereiro, um aplicativo de transportes argentino também foi infectado e prejudicou pelo menos 300 mil pessoas. O resgate de quase U$ 1 milhão foi pedido em Bitcoin. Os casos mostram que a segurança digital na Argentina tem sido colocada a prova, em diversas organizações.
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