Uma análise detalhada sobre o Ethereum em 2021, realizada por Josh Stark, aponta que a segunda maior criptomoeda do mundo ultrapassou a Visa em termos de valor transacionado. No total, um equivalente a 11,6 trilhões de dólares foram transacionados na rede apenas no ano passado.
Além desta informação, o artigo também traz dados sobre o total de taxas pagas em diferentes blockchains, incluindo o Bitcoin. Bem como analisa a chegada das soluções de segunda camada e a chegada de diferentes players no setor.
Por fim, também é possível encontrar informações detalhadas sobre a razão entre a emissão e queima de ethers (ETH) após a introdução do EIP-1559.
Ethereum passa Visa
Talvez o dado mais surpreendente encontrado neste relatório esteja relacionado as quantias transacionadas, tanto pelo Bitcoin quanto pelo Ethereum.
Enquanto a Visa transacionou um total de 10,4 trilhões de dólares em 2021, o Bitcoin movimentou U$ 4,6 trilhões, passando o PayPal. Já o Ethereum conseguiu dobrar o volume do BTC e ultrapassar a Visa após fechar o ano com um volume de transações equivalentes a 11,6 trilhões de dólares.
Embora pareça que o Bitcoin está perdendo esta briga, vale lembrar que boa parte das transações no Ethereum envolvem tokens, fungíveis ou não. Ou seja, ambos possuem seus méritos aqui.
Alto uso e altas taxas no Ethereum
Conforme a maioria das blockchains funciona como um sistema de leilão, onde as transações com taxas mais altas são aceitas antes, não há surpresa em encontrar taxas caras quando as redes estão sobrecarregadas.
Com a explosão dos setores de DeFi, NFT, jogos play-to-earn, desde então a escalabilidade tem sido o ponto fraco do Ethereum. Em outras palavras, ele poderia estar bem maior caso suas taxas fossem mais baratas.
O gráfico abaixo faz uma comparação entre o total de taxas pagas em 2021 entre algumas soluções de pagamento.
Embora uma diferença de 10 vezes entre ETH e BTC chame a atenção, os U$ 24 bilhões da Visa são o foco. Afinal, este lucro é da empresa, já nas criptomoedas este lucro fica para os mineradores.
Soluções de segunda camada
Devido aos problemas de escalabilidade, citados acima, o último semestre de 2021 foi marcado pela procura de soluções de segunda camada no Ethereum. Fugir das altas taxas é o principal motivo.
O artigo destaca que o Ethereum validou cerca de 1,2 milhão de transações por dia e que a chegada destas soluções de segunda camada estão conseguindo aumentar este número, hoje em seu limite.
Crescimento nos casos de uso
Outra observação importante da retrospectiva do Ethereum em 2021 realizada por Stark é a expansão dos casos de uso das criptomoedas, principalmente ligadas ao próprio Ethereum.
Enquanto até o ano de 2020, a grande maioria das pessoas que viviam de criptomoedas eram investidores, desenvolvedores e empresas, a expansão dos tokens não fungíveis (NFTs) atraiu outros profissionais para este universo.
Como exemplo, artistas vendendo suas artes em NFT, bem como estas estão sendo usadas por atletas, como Stephen Curry, como lembranças comemorativas.
No gráfico acima, Stark compara a receita entre o Ethereum e outros serviços usados por artistas, como Spotify e YouTube Music. Apontando o potencial da blockchain, ainda pouco explorada.
Queima de Ethereum
Por fim, o relatório faz destaque a mudança econômica do Ethereum realizada em agosto através do EIP-1559. Com ela, parte das taxas de transações passaram a ser queimadas, diminuindo a oferta total de ETH.
Com uma recompensa de 2 ETH por bloco, gerados a cada ~15 segundos, o Ethereum teria uma inflação de cerca de 11.520 ethers por dia. Em novembro, a rede queimou o seu milionésimo ETH.
Apesar disso, este número líquido foi reduzido após a introdução da queima. Com destaque para o final de outubro, quando o Ethereum tornou-se um ativo deflacionário por oito dias seguidos, ou seja, o número de ethers diminuiu neste período.
Por fim, isso mostra que ignorar as criptomoedas é um erro. Os mais visionários, como o diretor da Microsoft, já admitem que o Ethereum será a nova loja de aplicativos. Já o Bitcoin, a cada dia que passa ganha mais espaço como reserva de valor e hoje ambos são dominantes em suas áreas.