Governos do mundo todo não devem conceder status de curso legal a nenhuma criptomoeda e devem criar mais impostos para ativos digitais, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um novo plano contra o mercado de criptomoedas divulgado na última quinta-feira (23).
O documento contém perguntas dos países membros do FMI sobre os riscos e benefícios das criptomoedas, e como um plano apropriado pode ser desenvolvido para responder a essas preocupações.
O texto do FMI apresenta uma estrutura de nove elementos que podem ajudar os governos a desenvolver uma resposta política abrangente, consistente e coordenada contra o mercado de criptomoedas, ao mesmo tempo em que aproveitam os benefícios potenciais da inovação tecnológica associada a elas.
No relatório, o FMI mais uma vez destaca os colapsos de corretoras de criptomoedas e as ações de maus atores no mercado.
“Os esforços para implementar políticas eficazes para criptomoedas se tornaram uma prioridade política fundamental para as autoridades, em meio ao fracasso de várias exchanges e outros atores no ecossistema, bem como o colapso de certos ativos digitais. Não fazer nada é insustentável, pois os criptoativos podem continuar a evoluir, apesar da atual crise.”
De acordo com o plano, proibir as criptomoedas “não é a melhor opção” e os reguladores devem evitar sufocar a inovação proveniente do setor.
No entanto, diz o FMI, restrições direcionadas poderiam ser aplicadas para limitar os riscos das criptomoedas, e alguns membros do conselho acreditam que “proibições definitivas não deveriam ser descartadas”.
O documento apresenta uma estrutura de nove elementos que podem ajudar os governos a desenvolver uma resposta política abrangente, consistente e coordenada. Os nove elementos — ou ações políticas — são:
Os diretores do FMI observaram que, embora os supostos benefícios potenciais das criptomoedas ainda não tenham se materializado, surgiram riscos significativos.
Estes incluem riscos macroeconômicos, que abrangem riscos para a eficácia da política monetária, volatilidade do fluxo de capital e riscos fiscais.
Eles também observaram sérias preocupações sobre estabilidade financeira, integridade financeira, riscos legais, proteção ao consumidor e integridade do mercado.
“A crescente adoção de criptomoedas em alguns países, a natureza extraterritorial dos criptoativos e seus provedores, bem como as crescentes interligações com o sistema financeiro, motivam a necessidade de uma resposta abrangente, consistente e coordenada”, afirma o comunicado.
O novo plano do FMI pode ajudar os países membros a desenvolver uma resposta aos desafios apresentados pelas criptomoedas, já que o texto aborda questões macrofinanceiras importantes, como o impacto dos ativos digitais nas políticas monetárias e fiscais, e na estabilidade do sistema monetário internacional.
Segundo o FMI, a colaboração internacional é crucial para uma resposta eficaz aos riscos das criptomoedas, e o trabalho do FMI em cooperação com outros órgãos internacionais é uma parte importante desse esforço.
Os países membros também devem trabalhar juntos para promover a harmonização regulatória e a cooperação internacional.
Embora ainda não esteja claro como o mercado de criptomoedas irá evoluir, é certo que elas terão um papel significativo no sistema financeiro global.
É importante notar que, além do FMI, O G20, grupo composto pelas maiores economias do mundo, está considerando regulamentar as criptomoedas em nível global, de acordo com a ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, atual presidente do G20.
Comentários