Uma carta assinada por diversos senadores e congressistas americanos nesta segunda-feira (6) pede que o governo pressione mineradoras de criptomoedas para que as mesmas informem tanto gastos de energia quanto níveis de poluição.
Embora tal discussão já exista há anos, o texto exige proatividade dos reguladores, citando que estes “não devem depender da boa vontade dos mineradores”.
“Suas respostas descreveram sua clara autoridade para exigir divulgações de emissões [de agentes poluentes] e uso de energia por mineradores de criptomoedas, pedimos que você use essas autoridades para implementar um regime de divulgação obrigatória o mais rápido possível”, aponta a carta destinada a Jennifer Granholm, secretária do Departamento de Energia, e a Michael Regan, administrador da Agência de Proteção Ambiental dos EUA.
A carta foi assinada por Elizabeth Warren, senadora que comparou o Bitcoin com óleo de cobra, Sheldon Whitehouse, Katie Porter, Richard Durbin e outros quatro políticos.
Não espere atitude dos mineradores, dizem senadores
Desde o banimento da mineração de criptomoedas pela China, os EUA se tornaram o principal polo desta indústria. Como consequência, imediatamente os mineradores abandonaram a geração de energia por carvão e começaram a usar mais soluções renováveis.
No último mês, por exemplo, uma grande mineradora anunciou que estaria migrando para a energia nuclear para alimentar suas fazendas.
No entanto, políticos americanos não estão satisfeitos com o consumo de energia, independente se suas fontes forem verdes. Na carta enviada aos responsáveis do setor, diversos políticos pedem obrigatoriedade na divulgação do consumo energético e dados de poluição.
“Esses dados são cruciais e suas agências não devem depender da boa natureza das indústrias de criptomoedas ou concessionárias de energia elétrica para obtê-los.”
“A urgência da crise climática, combinada com o rápido crescimento da mineração de criptomoedas nos EUA, dita um regime abrangente de divulgação obrigatória e coleta de dados”, continua a carta. “Portanto, pedimos que suas agências trabalhe juntas para lidar com a falta de informações sobre o uso de energia e os impactos ambientais da mineração de criptomoedas, exigindo relatórios obrigatórios dessas informações dos mineradores o mais rápido possível.”
Sendo assim, grandes mineradoras que estão passando por um momento difícil podem ter mais um motivo para se preocuparem. Afinal, a carta acima parece ser uma primeira investida dos políticos, que usarão os dados extraídos para tentar expulsar essa indústria de seu país.
Hash rate do Bitcoin está em seu topo histórico
Conforme relatado pelo Livecoins há duas semanas, o hash rate do Bitcoin atingiu um novo recorde enquanto o preço da criptomoeda disparava neste início de ano.
Portanto, este é um sinal que mineradores estão religando máquinas para aproveitar o momento e obter algum lucro. Na data, até mesmo um professor da Unicamp pediu para que os EUA banissem a mineração, citando que a atividade era um mero “gasto de energia” para um “esquema Ponzi”.
Por fim, a chance dos EUA banirem este setor é baixa, mas a pressão pública e política pode ter impacto nesta decisão. Sendo assim, é esperado que defensores da indústria também tomem partido sobre o caso.