Gleen Arcaro, diretor e promotor de um dos maiores e mais conhecidos esquemas de pirâmide relacionado ao Bitcoin, a BitConnect, se declarou culpado pelo crime para as autoridades dos Estados Unidos.
O golpe é sofisticado, já passou dos 10 bilhões de reais e deixou muitos investidores de criptomoedas assustados.
Durante o final do ano de 2016, a BitConnect realizou uma Oferta Inicial de Moedas (ICO) de 4,8 milhões de BCC, com a premissa de permitir que usuários as emprestassem por um determinado período para ganhar juros sobre elas. Segundo eles, tais juros eram provenientes de um chamado robô de trading, peça mais suspeita de todo o esquema.
A moeda e o esquema
A criptomoeda BCC saiu do preço de R$ 0,50 em seu início até um pico máximo de mais de R$ 1.500,00.
Segundo o site CoinMarketCap, na época, o suposto ativo chegou a ser uma das 20 maiores criptomoedas por valor de mercado, ultrapassando outros projetos bem conhecidos como Waves, Tether e Zcash — o problema é que o preço do ativo era manipulado.
O esquema acontecia do seguinte modo: o valor da BCC era coletado pelos agregadores de preços de uma corretora interna da BitConnect e esta conseguia falsificar transações de compra e venda, inflando seu preço qualquer valor que eles quisessem.
No início de 2018, a corretora anunciou o fechamento da sua exchange após reguladores americanos emitirem uma ordem judicial. Com isso o golpe acabava de ruir, fazendo com que o preço da criptomoeda caísse de mais de R$ 1 mil para zero em poucos dias.
Diretor da BitConnect se declarou culpado pela fraude que usava a imagem do Bitcoin
Vários golpistas da BitConnect fugiram das autoridades após o fim da pirâmide financeira. Porém, o diretor Gleen Arcaro acabou preso e julgado definitivamente apenas na última quarta (1).
Ganhando até 15% de uma grande rede construída na América do Norte, ele era um dos “cabeças” do golpe que arrasou vários investidores com promessas descabidas de rentabilidade com a imagem do Bitcoin.
“Arcaro admitiu ainda que ele e outros conspiraram para enganar os investidores sobre a suposta tecnologia proprietária da BitConnect, conhecida como “BitConnect Trading Bot” e “Volatility Software”, como sendo capaz de gerar lucros substanciais e retornos garantidos usando o dinheiro dos investidores para negociar no volatilidade dos mercados de câmbio de criptomoedas. Na verdade, a BitConnect operou um esquema Ponzi clássico, pagando aos investidores anteriores da BitConnect com dinheiro de investidores posteriores.”
ICO fraudulento, memes e cadeia apenas para diretor
Além de ser uma das maiores fraudes da história das criptomoedas, a BitConnect também gerou muitos memes baseados no apresentador Carlos Green durante uma cerimônia do ativo BCC, onde ele mencionava sobre seus lucros e a falta de credibilidade com a esposa.
https://youtu.be/lCcwn6bGUtU
Embora Carlos não tenha sido preso e tenha se passado por mais uma vítima, Gleen Arcaro foi processado pelo governo americano por crime financeiro ao gerar uma ampla rede de promovedores nos Estados Unidos.
O programa de empréstimo da BitConnect criou um esquema de pirâmide que era um programa de referidos da corretora. Gleen Arcaro ganhava até 15% em cima das pessoas que entravam no esquema.
Gleen admitiu as autoridades que ganhou ao menos 24 milhões de dólares, cerca de R$ 125 milhões na cotação do dólar atual. As autoridades dizem que ele deve pagar as vítimas.
A pena máxima de Gleen será de 20 anos na prisão, segundo a justiça dos EUA. Também haverá pagamento de 250 mil dólares de fiança — ou o dobro do lucro bruto —, ou perda bruta da acusação.
Já Satish Kumbhani, criador do golpe, ainda não foi encontrado pela justiça.
