Em documento enviado para a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) na última sexta-feira (3), o Mercado Livre declarou que ainda mantém 412,7 bitcoins e 3.041 ethers (ETH) em seu caixa. As quantias são equivalentes a R$ 133 milhões e R$ 48 milhões, respectivamente.
As criptomoedas foram adquiridas em maio de 2021, há exatamente 3 anos, e nunca foram vendidas pela gigante latina no período.
Segundo dados do Bitcoin Treasuries, o Mercado Livre está entre as 25 empresas públicas que mais detém BTC, sendo a única, e consequentemente a maior, da América Latina na lista.
Outro dado interessante da tabela acima é o número de bitcoins em relação ao valor de mercado das empresas.
Enquanto a MicroStrategy e as mineradoras Hut8 e Hive aparecem com uma grande exposição ao Bitcoin, de 62%, 78% e 64%, respectivamente, os bitcoins do Mercado Livre representam apenas 0,03% do market cap da empresa. Ou seja, são estratégias diferentes.
Mercado Livre continua segurando Bitcoin e Ethereum após 3 anos
Além de comprar Bitcoin, o Mercado Livre passou a disponibilizar a compra e venda de criptomoedas aos clientes do Mercado Pago ainda em dezembro de 2021. Poucos meses depois, o serviço já contava com mais de 1 milhão de clientes, uma prova da grande demanda pela função.
Embora esteja com um bom lucro sobre seus investimentos nas duas maiores criptomoedas do mercado, o Mercado Livre também não realizou novos aportes nos últimos 3 anos.
Os lucros não-realizados chegam a 435% sobre o investimento em Bitcoin e a 221% sobre o aporte em Ethereum. Portanto, isso pode ser considerado um teste pela empresa, dando resultados no longo prazo.
Conforme os aportes são pequenos quando comparados ao tamanho do Mercado Livre, as flutuações de preço do Bitcoin e do Ethereum não afetam o preço de suas ações.
De qualquer forma, os papeis operam próximos a sua máxima histórica conforme a empresa se adapta as transformações da internet. No ano passado, o ML apareceu entre as 100 empresas mais influentes na revista TIME ao lado da Nvidia, SpaceX, OpenAI e outros ícones.
Dado o sucesso do experimento, é possível que o Mercado Livre realize novos aportes em Bitcoin no futuro. Além de ter sua própria criptomoeda, a Mercado Coin, a gigante também realizou aportes na corretora Mercado Bitcoin em 2022.