O Ministério Público (MP) de São Paulo e Minas Gerais tiveram eventos que falaram sobre o Bitcoin e seu uso no mercado.
Nos últimos meses, em ambos os estados, algumas operações do Ministério Público já foram deflagradas contra empresas do setor de criptomoedas, que ao usar a imagem desse mercado, realizaram captações no mercado para crimes diversos.
Dessa forma, fica claro que os servidores estão buscando se capacitar para acompanhar o setor com mais atenção, visto que cresce a adoção do Bitcoin no Brasil, assim como a criminalidade associada a sua imagem.
Servidores do Ministério Público de São Paulo poderão conhecer mais detalhes sobre o Bitcoin
Em julho de 2021, a Escola Superior do Ministério Público lançou o podcast PODInovar como uma ferramenta de ensino em inovação no setor público. O programa é apresentado por Nuno Manzano, coordenador do InovaESMP, cujo objetivo é identificar novas tecnologias de inovação emergentes pelo mundo.
Com edições quinzenais, o conteúdo é distribuído nas principais plataformas de podcast, como Spotify, Deezer, iTunes e Google. Na última edição, publicada na última quarta-feira (10), o programa discutiu sobre “Blockchain e Bitcoins”.
A conversa foi com o especialista em Bitcoin Vinícius Chagas, que leciona em cursos sobre o assunto e falou mais sobre os detalhes da tecnologia. O educador explicou que a moeda digital é muito promissora, revelando ainda seus usos potenciais de mercado em transações entre pessoas, proteção contra censura e inflação das moedas de países.
Além disso, ele explicou aos ouvintes que a tecnologia pode ser utilizada para cometer alguns crimes, como os cibercrimes e pirâmides financeiras, principalmente.
MP de Minas Gerais ofereceu capacitação sobre criptomoedas a servidores
Vale o destaque que uma iniciativa sobre criptomoedas também foi alvo de um treinamento fechado aos servidores do Ministério Público de Minas Gerais, na última quarta-feira (10).
Contando com a presença de vários especialistas do setor de criptomoedas no Brasil, o evento falou sobre prevenção a lavagem de dinheiro no setor. Durante o debate, a promotora de Justiça Paula Ayres Lima, do Gaeco/MPMG, lembrou que o Bitcoin é lícito e com grande valor de mercado, mas sua tecnologia pode ser utilizada para fins ilícitos em alguns casos.
“Este é um mercado lícito, mas, sua regulamentação, que é pouca, muitas vezes é usada de forma ilícita. Então, acho importantíssimo discutir sobre os instrumentos de que dispomos. Estamos diante de um gigante, que só tende a crescer. É impossível combater o crime organizado sem atuar no combate à lavagem de dinheiro, especialmente na lavagem de dinheiro desse mercado que utiliza, de forma ilícita, o mercado de ativos virtuais”.
O evento do MPMG foi fechado aos servidores da instituição, sendo este o I Seminário Internacional de Combate à Lavagem de Dinheiro.
Sobre o assunto de criptomoedas, foram duas palestras, com os temas “Conheça a sua Transação (KYT) – Legitimidade e Tecnologias para rastreamento de criptoativos” e “Criptolavagem e panorama regulatório“, apresentados por integrantes do MP, Receita Federal, representantes de corretoras e outros mais.