O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apreendeu, nesta segunda-feira (7), criptomoedas de oito suspeitos em operação contra corrupção. Até um ex-prefeito que estava envolvido no caso, segundo a investigação, acabou sendo levado pelos policiais.
Chamada de Operação Chorume, a operação foi deflagrada em fevereiro de 2020, quando na época, foram presas 21 pessoas em vários estados. Essa é a sétima fase da Operação Descarte, iniciada em 2018, quando 15 pessoas foram presas em São Paulo e Minas Gerais.
Todas essas fases e operações envolvem um suposto esquema de corrupção de prefeituras municipais com empresas de limpeza urbana e coletas de lixo. Com contratos falsos, empresários e prefeitos organizavam contratos superfaturados, que envolviam pagamento de propinas a agentes públicos municipais, como vereadores, por exemplo.
Um dos presos nesta segunda-feira (07) foi o ex-prefeito do município de Carmo, Paulo Cesar Ladeira, que também já havia sido preso em março deste ano, em um desdobramento da primeira fase das investigações.
Em nota sobre o caso, o MPRJ afirmou que as criptomoedas apreendidas eram usadas pela quadrilha para lavagem de dinheiro, buscando ocultar os crimes cometidos contra a administração pública em várias cidades e estados.
Além de criptomoedas apreendidas em corretoras que colaboraram com a investigação, bens móveis e imóveis dos investigados foram apreendidos pela Polícia Civil.
“A 1.ª Vara Criminal Especializada da Capital também decretou o sequestro dos bens móveis e imóveis pertencentes aos denunciados, além de criptomoedas que, segundo apontam as investigações, estariam sendo utilizadas pelos investigados para a lavagem do dinheiro obtido com as ações criminosas.
Na apreensão de criptomoedas, o MPRJ contou com a colaboração de empresas que atuam com seriedade e responsabilidade no mercado de Exchanges, de forma organizada e associada.”
Na manhã desta segunda, além dos mandados de prisão, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos investigados. Foram cumpridos essas ordens judiciais nos municípios de Carmo, Macaé, Campos dos Goytacazes, São Fidélis e Ubá-MG.
A quantidade de criptomoedas apreendidas, assim como em quais corretoras estavam os valores, não foram divulgados pelos investigadores.
Ao mesmo tempo em que a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro cumpria suas buscas, a Polícia Federal do Espírito Santo deflagrou a Operação Volátil.
Apurando fraudes de uma empresa de álcool em gel, que eram distribuídos para órgãos do estado, a PF acabou percebendo que as empresas investigadas pela Operação Chorume tinham relação.
Ao compartilhar informações, o MPRJ, PCRJ e PF acabaram deflagrando suas operações em conjunto.
“…cumprindo mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal do Espírito Santo em Macaé e São Fidélis, havendo indícios de que, além dos danos causados pelo grupo aos cofres públicos de Carmo, a mesma organização também agia em outros Estados da Federação, inclusive se aproveitando da pandemia de COVID-19 para celebração de contratos na área da saúde”.
Vale o destaque que, em 2019, o Ministério Público do Rio de Janeiro promoveu um encontro sobre criptomoedas e lavagem de dinheiro.
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