Em comentário realizado na última terça-feira (23), a Hetzner afirmou que rodar nodes de Ethereum em seus serviços é uma violação dos termos de serviços. Atualmente, a empresa abriga o segundo maior número de nodes de ETH, cerca de 15%, atrás apenas da AWS que detém 50% de todos nodes.
O anúncio acontece enquanto o Ethereum está prestes a migrar seu modelo para Proof-of-Stake e surgem diversos debates sobre o risco de censura na rede por grandes players. Afinal estes precisam cooperar com autoridades em relação a sanções, por exemplo.
Em contrapartida, tal movimento pode ser bom para o Ethereum no longo prazo caso sua rede se torne mais descentralizada. Afinal, tamanha dependência de certos serviços não é visto com bons olhos por muitos investidores.
Hetzner diz que rodar nodes de Ethereum viola seus termos de serviço
Conforme rodar nodes de Ethereum requerem equipamentos mais robustos do que para rodar um node de Bitcoin, a maioria da indústria opta por utilizar serviços de terceiros para isso. Segundo estudo da Messari, 65% dos nodes de ETH estão hospedados em datas centers.
“Três grandes provedores de nuvem são responsáveis por 69% dos 65% dos nós de Ethereum hospedados em data centers.”
O que já era um problema, ficou ainda pior. Nesta semana, a Hetzner, empresa que abriga o segundo maior número de nodes de Ethereum, afirmou que esta prática vai contra seus termos de serviço. Em outras palavras, é proibido.
“Não é permitido o uso de nossos produtos para qualquer aplicação relacionada à mineração, mesmo remotamente. Isso inclui o Ethereum”, escreve a Hetzner em um comentário do Reddit. “Inclui Proof-of-Stake, Proof-of-Work e aplicativos relacionados. Inclui negociação. Isso vale para todos os nossos produtos, exceto Colocation.”
“Mesmo que você execute apenas um node, consideramos isso uma violação de nossos termos de serviço.”
Seguindo, aponta estar ciente do grande número de usuários violando estes termos e estão buscando uma maneira de resolver o problema da melhor maneira. Finalizando, pede para que atuais e potenciais clientes entrem em contato com a mesma para obter suporte sobre o assunto.
Centralização do Ethereum preocupa investidores
Nas últimas semanas, um grande debate sobre a atualização do Ethereum surgiu nas redes sociais, onde até mesmo Vitalik Buterin opinou sobre o assunto. A preocupação é que a maioria dos validadores deste novo modelo sejam corretoras de criptomoedas, precisando obedecer a sanções emitidas pelos EUA e outros países.
Sendo assim, a notícia da Hetzner traz novas preocupações aos investidores. Afinal, isso representaria um grande choque no número de nodes de Ethereum caso sua postura seja copiada pela AWS. Indo além, vale notar que tal proibição não está relacionada com sanções, hoje principal medo de usuários que desejam que a rede se mantenha neutra.
Por fim, o momento requer atenção já que nunca se falou tanto sobre este tema nos mais de sete anos do Ethereum. Por outro lado, talvez a criptomoeda de Buterin se beneficie disso tudo no longo prazo, caso a rede fique mais descentralizada.