A Polícia Civil do Rio Grande do Sul anunciou a apreensão de 106 máquinas de mineração de Bitcoin nesta terça-feira (1) sob acusação de furto de energia. Além disso, dois homens foram presos em flagrante.
A fazenda de mineração estava localizada em Morro Reuter, pequeno município de 6.500 pessoas que fica há 60 km da capital gaúcha. Jornais locais apontam que o responsável pelos equipamentos é um empresário de 31 anos, sem identidade revelada, residente da cidade de Campo Bom.
Como a mineração de criptomoedas não é ilegal no Brasil, a operação teve início com base no furto de energia, usada para alimentar tais equipamentos.
Operação Krypto apreende máquinas de mineração no RS
Com a ajuda da concessionária responsável pela distribuição de energia na região, a RGE, e do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a Operação Krypto foi liderada pela Polícia Civil de Dois Irmãos e resultou na apreensão de 106 equipamentos de mineração.
Segundo o Jornal Repercussão, dois homens foram presos. Um deles, responsável por cuidar do local, foi preso por posse de arma de fogo após a polícia encontrar um revólver no local. Já o segundo, dono da fazenda de mineração, foi preso em flagrante e responderá por crime de furto de energia elétrica. Ambos pagaram fiança e responderão em liberdade.
Conforme pode ser observado no vídeo da Polícia Civil, a fazenda era bem arquitetada, contendo tanto isolação acústica quanto um robusto sistema de ventilação.
“#OpKrypto prende 2 homens em flagrante e descobre uma mineração de criptomoedas clandestina em Morro Reuter. Foram apreendidas 106 máquinas mineradoras de criptomoedas, avaliadas em 9 mil reais cada. A ação contou com o apoio do @rs_igp e da @rge_cpflenergia. #DP_DoisIrmãos”
#OpKrypto prende 2 homens em flagrante e descobre uma mineração de criptomoedas clandestina em Morro Reuter. Foram apreendidas 106 máquinas mineradoras de criptomoedas, avaliadas em 9 mil reais cada. A ação contou com o apoio do @rs_igp e da @rge_cpflenergia. #DP_DoisIrmãos pic.twitter.com/W9qbv5LWsh
— Polícia Civil do RS (@policiacivilrs) February 1, 2022
Embora não revelado os modelos, pode-se afirmar que tais máquinas eram ASICs, usadas para mineração exclusiva de Bitcoin. Segundo a Polícia Civil, o valor total do equipamento apreendido beira a faixa de 1 milhão de reais, sem contar outros gastos.
Por fim, é válido lembrar que não é ilegal minerar criptomoedas no Brasil e que este caso envolvia furto de energia elétrica. Em outras palavras, todos os outros cidadãos estavam pagando por este consumo.
Mineração é assunto mundial
Conforme as tarifas sobre a energia elétrica são extremamente caras no Brasil, o país não é o local preferido de grandes mineradores. Contudo, outros países já estão enfrentando problemas de abastecimento por conta da mineração.
Como exemplo, a Islândia já barrou a entrada de novos mineradores no país para prevenir a falta de abastecimento. Já o Casaquistão não soube preparar-se a tempo e chegou a enfrentar uma grande crise energética.
Todavia a atividade pode ser benéfica para o Estado conforme tais empreendedores podem ser obrigados a pagar imposto sobre tal produção que rende bilhões por ano. Contudo, para que um governo possa tributar a mineração, é preciso que suas leis entendam o Bitcoin como um ativo, e é exatamente isso que parlamentares russos estão propondo, indo na contramão das falas do Banco Central da Rússia que deseja banir tal atividade.