Mais sete pessoas ligadas ao escândalo da corretora de criptomoedas JPEX foram presas nesta quinta-feira (5), elevando o número de detidos para 27. No total, estima-se que o golpe esteja na casa de 1,55 bilhão de dólares de Hong Kong, cerca de R$ 1 bilhão em conversão direta.
Fontes do jornal South China Morning Post apontam que um dos presos foi o CEO da CryptoPARD, outra corretora de Hong Kong que atua no mercado de balcão (OTC).
Outras três pessoas detidas teriam envolvimento com as corretoras Coingaroo e Tung Club, também da região, enquanto um sexto suspeito teria ligação direta com a JPEX.
Por fim, um último homem, sem grandes informações além de seu sobrenome (Mok), também teve uma Lamborghini confiscada pelas autoridades durante sua prisão, noticiada pelo The Standard.
Embora Hong Kong tenha aberto as portas para as criptomoedas no início deste ano, reguladores locais notaram que corretoras precisariam obter licenças para operar na região, o que não foi o caso da JPEX.
Segundo denúncia dos órgãos competentes de Hong Kong, apesar de informar em seu site que possuía uma licença para operar no país, a JPEX nem sequer teria entrado com tal pedido.
O que parecia ser um pequeno problema, logo transformou-se em algo gigante. Nos dias seguintes, usuários da corretora começaram a denunciá-la, afirmando que a JPEX começou a cobrar taxas exorbitantes pelo saque de suas criptomoedas.
Como exemplo, um usuário pediu um saque de 1.000 dólares, mas acabou pagando 999 em taxas. Portanto, a estratégia suja foi um grande indício de que a JPEX estaria insolvente, ou seja, incapaz de honrar os pedidos de retirada.
Nos dias seguintes, autoridades de Hong Kong iniciaram diversas prisões na região. A lista conta com executivos, bem como influenciadores que promoveram produtos que prometiam retornos de 30% ao ano.
Um dos suspeitos tentou destruir provas em uma banheira cheia de água, sendo a prisão que mais chamou atenção até o momento. Além de carros de luxo, a polícia também conseguiu confiscar uma grande quantidade de dinheiro.
Às prisões continuaram nesta quinta-feira (27), quando outros sete suspeitos foram detidos pelas autoridades. O caso parece servir de exemplo para outros golpistas que mancham a reputação da indústria de criptomoedas, que a pouco tenta reconquistar Hong Kong.
Por fim, a recomendação aos investidores é duvidar de promessas de retorno e não utilizar corretoras como carteiras. Afinal, embora autoridades estejam mais rápidas na solução destes casos, é difícil acreditar que todos os lesados conseguirão recuperar seu dinheiro.
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