Autoridades de Hong Kong ligadas a proteção de dados invadiram seis escritórios da criptomoeda Worldcoin nesta quarta-feira (31). Segundo o comunicado oficial, a agência está preocupada com as operações da empresa que podem envolver “riscos sérios a privacidade de dados”.
Fundada por Sam Altman, CEO da OpenAI, a Worldcoin está causando polêmica desde seu lançamento. Em suma, o projeto escaneia os olhos das pessoas, armazenando esses dados, e distribuí sua criptomoeda em troca. Alguns nomes famosos como Edward Snowden já recomendaram que as pessoas não cataloguem seus globos oculares.
Deixando a polêmica de lado, o projeto pretende ser um sistema de autenticação para diferenciar humanos de inteligências artificiais. Algumas gigantes como Microsoft, Telegram e Mercado Livre já se tornaram parceiros da iniciativa.
Autoridades de Hong Kong invadem escritórios da Worldcoin
A operação contra a Worldcoin foi realizada nas cidades de Yau Ma Tei, Kwun Tong, Wan Chai, Cyperport, Central e Causeway Bay, todas em Hong Kong nesta quarta-feira (31).
“O público deve proteger cuidadosamente os seus dados pessoais sensíveis e evitar participar em quaisquer atividades que recolham dados pessoais sensíveis, como a leitura da íris, de forma arbitrária”, declarou Ada Chung Lai-ling, comissária ligada a privacidade de proteção de dados em Hong Kong.
“As informações da íris são um tipo de dado biométrico. De modo geral, os dados biométricos são únicos e não podem ser alterados, podendo ser considerados dados pessoais sensíveis.”
Na sequência, o comunicado informa alguns pontos atribuídos a revista dos escritórios da Worldcoin, são eles:
- A legitimidade para recolha de dados biométricos;
- A extensão e a finalidade da recolha dos dados biométricos;
- O uso pretendido desses dados e as classes de pessoas ou organizações para as quais os dados serão divulgados ou transferidos;
- O período de conservação dos dados biométricos; e
- As precauções de segurança tomadas para a proteção dos dados biométricos.
Os problemas da Worldcoin não estão apenas em Hong Kong. No ano passado, autoridades do Reino Unido também investigaram o projeto. O mesmo aconteceu na Argentina após uma grande adoção pela população local. Mais tarde, o Quênia baniu a Worldcoin de seu país, suspendendo todas as operações.
Criptomoeda Worldcoin (WLD) opera em baixa após ter escritórios invadidos em Hong Kong
Segundo o próprio site da Worldcoin, mais de 3,2 milhões de pessoas já tiveram suas retinas escaneadas em troca da criptomoeda WLD. O número ainda está longe dos 7,8 bilhões de humanos no mundo, mesmo assim é expressivo devido a toda sua polêmica.
Já a criptomoeda Worldcoin (WLD) está operando em baixa de 8,5% nas últimas 24 horas após a invasão das autoridades de Hong Kong em seus escritórios. No entanto, diversas outras criptomoedas estão em queda nesta quarta-feira (31), o que pode distorcer o impacto das investigações.
De qualquer forma, a WLD está longe de ser um fracasso. Em relação ao seu preço de lançamento, em julho do ano passado, a criptomoeda já valorizou 41,7%, rendendo mais do que diversos outros ativos no mesmo período.
Resposta da Worldcoin
“O protocolo Worldcoin foi desenvolvido para ajudar a criar acesso e participação na economia digital global, preservando a privacidade. A Worldcoin não procura saber quem é uma pessoa, apenas que ela é humana e única. Portanto, qualquer informação usada para verificar a singularidade humana é prontamente excluída por padrão.
A Worldcoin está aberta a responder as perguntas, oferecer informações e esclarecimentos de consumidores e reguladores, incluindo o Gabinete do Comissário de Privacidade de Dados Pessoais (PCPD), sobre os programas disponíveis para as pessoas em suas comunidades, cidades, países ou regiões. A Fundação Worldcoin está comprometida em seguir as leis e regulamentos relevantes que regem o processamento de dados pessoais nos mercados onde a Worldcoin opera. Isso inclui, mas não se limita à Ordem de Privacidade de Dados Pessoais (Privacidade) de Hong Kong.”