O presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, participou de um evento sobre criptomoedas na última segunda-feira (11). A mesa redonda foi organizada pela Valor Capital Group, empresa famosa por investir em grandes unicórnios.
Até a Coinbase, maior corretora de criptomoedas do EUA seria um dos projetos em que a Valor Capital já teria investido. Além disso, a Stone, Gympass, Udacity, entre outras mais, foram apoiadas pela gigante empresa com sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Com operações em São Paulo e Rio de Janeiro, a Valor afirma ser focada em encontrar oportunidades no Brasil e nos Estados Unidos. A mesa redonda organizada pela Valor na última segunda e que contou com a presença do presidente do BC foi fechada à imprensa.
De qualquer forma, na agenda oficial de Roberto Campos Neto fica claro que o assunto foram as criptomoedas. Campos Neto participou da mesa redonda por videoconferência, entre 12 e 13:10 horas.
“12:00 às 13:20 – Participa da Valor’s 2nd Roundtable on Crypto Currency, promovida pelo Valor Capital Group, por videoconferência, no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília. (fechado à imprensa)”, agenda oficial de Roberto Campos Neto da última segunda (11).
Bacen estuda criação de criptomoeda nacional, o Real digital desde 2020
O encontro chama atenção com o Brasil estudando a criação do Real em formato digital. Com uma criptomoeda de banco central, chamada também de CBDC, o Brasil deverá lançar até 2022 uma versão ao público.
De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, em fala recente, o Brasil terá uma moeda digital nacional. Contudo, ainda não há dados públicos sobre o projeto até o momento.
Apesar dos rumores, Campos Neto já teria deixado claro que o Real digital deverá ser integrado ao PIX e Open Banking. A inovação seria pioneira na região da América do Sul, mas não no mundo.
O Banco Central Europeu, por exemplo, está com uma consulta pública em aberto sobre o Euro digital. Dessa forma, o BCE espera que a população compartilhe dúvidas e sugestões sobre a tecnologia, disponível até essa terça-feira (12).
No Brasil, o processo começa a ganhar tração, principalmente após o encontro de Campos Neto com a grande empresa de investimentos.
Criptomoedas públicas são um desafio para bancos centrais
A criação das chamadas criptomoedas de bancos centrais são uma resposta das autoridades diante da crescente ascensão das moedas digitais públicas.
Tecnologias como o Bitcoin, por exemplo, não dependem de autoridades centrais nem empresas, ou seja, diminuem a força dos bancos centrais.
Desse modo, as moedas de bancos centrais chegam para confrontar as criptomoedas públicas.
O PIX foi uma resposta do BC a crescente adoção das criptomoedas no Brasil, de acordo com o presidente do Bacen no lançamento da ferramenta.
Não foram divulgados detalhes públicos sobre a reunião pelo BC, que procurado pelo Livecoins, não retornou o contato até o fechamento desta reportagem.