Embora o Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, não acredite que o Bitcoin possa valer algo, seus analistas parecem ter um melhor entendimento do mercado ao apontar que o recorde de preço da moeda digital foi causado pela inflação do dólar e outras moedas fiduciárias.
Conforme novas gerações começam a entrar no mercado financeiro, preferindo ativos digitais do que físicos, como o ouro, estas empresas de gerenciamento de capital precisam se atualizar caso queiram continuar ganhando dinheiro.
Outras duas empresas que têm a mesma visão do JPMorgan são a PIMCO e o Capital Group, que somadas gerenciam quase 5 trilhões de dólares em ativos. Suas entradas no Bitcoin, ainda que devagar, poderão impulsionar ainda mais o preço do Bitcoin, fazendo-o bater novas altas.
Melhor que o ouro
Segundo relatado pela Bloomberg, o analista Nikolaos Panigirtzoglou do JPMorgan acredita que o ETF do Bitcoin, aprovado nesta semana, não fará com que entre mais dinheiro no bitcoin. A posição do banco é que o Bitcoin está sendo visto como uma melhor proteção contra a inflação do que o ouro e este foi o motivo do seu novo recorde de preço.
“Nós acreditamos que a percepção do Bitcoin como um melhor hedge de inflação do que o ouro é a principal razão para a atual alta, desencadeando uma movimentação [de capital] de ETFs de ouro para os fundos de Bitcoin desde setembro.”
O fato de um ativo ser proteção, ou não, contra a inflação das moedas fiduciárias está muito ligado ao consenso. Os baixos rendimentos do ouro são uma prova disso, conforme novas gerações estão entrando no mercado, elas estão pressionando o uso de novas tecnologias, como o Bitcoin, visto que elas apresentam várias vantagens como facilidade de armazenamento e transporte, maior segurança na custódia e um crescimento pré-determinado e finito da sua oferta.
Esta não é a primeira vez que o banco assume que o Bitcoin está sendo mais atrativo que o ouro. Neste mesmo mês, o banco havia apontado três razões do preço do Bitcoin ter dobrado em poucos meses: liberdade, adoção e proteção.
JPMorgan não está sozinho
O JPMorgan não está sozinho nesta opinião, outros grandes players da indústria como a PIMCO, que gerencia 2,21 trilhões de dólares, e o Capital Group, que gerencia 2,6 trilhões, também acreditam que o Bitcoin veio para ficar.
“Há um apelo tremendo por este tipo de ativo”
Esta foi a fala de Mark Casey, gerente de portfólio do Capital Group, durante um webinar nesta quarta-feira. Casey aproveitou a oportunidade para explicar que criptomoedas independentes de bancos centrais, que tenham oferta limitada e controlada fazem com que elas sejam uma ótima proteção contra a inflação.
A mudança, ou criação, de uma opinião sobre o Bitcoin vinda destas empresas que gerenciam trilhões de dólares é um ponto de mudança muito importante na história. Aos poucos eles estão percebendo que as gerações mais novas estarão usando cada vez mais ativos digitais, como Bitcoin, e precisam se atualizar para ganhar este público.