Vitalik Buterin, co-fundador da plataforma Ethereum, publicou um método para mesclar rapidamente a blockchain Proof of Work (PoW) atual com a blockchain Proof of Stake (PoS).
O documento publicado por Vitalik descreve um mecanismo para atualizar a rede rapidamente com a segunda versão do protocolo. O ímpeto para isso pode ser o desejo dos mineradores de “mostrar força” devido à insatisfação com a proposta EIP-1559.
“O objetivo é descrever uma forma de fusão rápida com pequenas mudanças para clientes da Ethpow ou Beacon Chain. Este último deve ter canais para comunicação com nós de Beacon Chain confiáveis e alterar suas regras para a escolha de hardforks. Uma fusão mínima simplificará o trabalho posterior, já que você não terá que se preocupar com isso no futuro”, escreveu Buterin.
A proposta basicamente detalha como os nós PoW, aqui chamados de ethpow, transferem a configuração de consenso para nós PoS alterando as Chamadas de Procedimento Remoto (RPC).
“O nó ethpow deve adicionar um mecanismo submitBlock de RPC e se um bloco for enviado usando esse mecanismo pelo nó beacon, as verificações de PoW (incluindo verificações de fórmula de atualização de dificuldade) devem ser desabilitadas”, diz ele.
Vitalik ajuda criar estratégia contra possível ataque de mineradores
De acordo com James Baker da startup Status, Vitalik foi o primeiro a dar resposta a um potencial ataque 51% na rede. Os insatisfeitos com a proposta EIP-1559 têm uma quantidade suficiente de poder de computação para isso, embora a ação anunciada se destine apenas a mostrar a importância de levar em conta seus interesses.
“Vitalik descreveu a ‘fusão rápida’ como uma mudança de Prova de Trabalho para Prova de Participação com alterações limitadas do cliente. Apesar da posição dos mineradores, este pode ser o melhor caminho”, explicou Baker.
Já houveram algumas demonstrações de como isso funciona, com a fusão real prevista para acontecer de maneira semelhante, em que os nós atuais simplesmente mudam o consenso para PoS.
Tecnicamente falando, isso não é exatamente uma fusão, mas mais uma transferência, com duas blockchains ainda em execução, mas ambos estariam sob o controle dos stakers.
Nessa solução, portanto, todo bloco PoW seria automaticamente transferido para PoS por meio de chamada de procedimento remoto (RPC) e seriam validados pelos stakers. Isso eliminaria a necessidade de mineradores PoW e acabaria com o risco de um potencial ataque 51%.
“A fusão descrita acima, seria apenas a primeira etapa, e um hard fork pós-mesclagem simplificaria o protocolo e limparia bits desnecessários e tornaria a interação entre a camada de aplicativo e a cadeia de beacon mais ‘natural'”, diz Vitalik.
Atualização emergencial
Em uma situação de emergência em que haja qualquer preocupação séria com a segurança da mineração PoW, como a rebelião dos mineradores, a atualização pode ser implementada rapidamente, pois a maior parte do trabalho árduo já foi concluída.
Esse seria o início da transição para PoS, já que os mineradores não participariam mais do consenso com todos os dapps e transações atuais garantidos pelos stakers.
De acordo com o desenvolvedor líder do Ethereum 2.0, Danny Ryan, nas próximas duas semanas, os principais desenvolvedores do projeto discutirão a alocação de recursos para implementar a iniciativa.
“Melhor considerar a versão mais simples da atualização e o caminho potencial para implantar recursos adicionais. Isso ajudará a gerenciar a complexidade e os riscos”, – acrescentou.