Criada por Sam Altman, CEO do ChatGPT, a criptomoeda Worldcoin (WLD) está interessada em trazer empresas e serviços para sua plataforma, permitindo que eles tenham acesso aos seus serviços de identidade.
Motivo de polêmica devido a questões de privacidade, já que escaneia os olhos das pessoas em troca da criptomoeda WLD, a Worldcoin já é uma das mais comentadas da indústria.
Lançada no final do mês passado para negociação em corretoras, a WLD está sendo negociada por US$ 2,46 no momento desta redação. Segundo dados do CoinMarketCap, ela já é a 106ª maior criptomoeda do mercado.
Worldcoin quer trazer empresas e governos para sua plataforma
A Worldcoin promete ser um serviço de identidade que previne fraudes ao escanear as retinas oculares das pessoas, vinculando tais dados a uma identidade digital.
Para convencê-los a isso, o projeto está dando 25 unidades de sua própria criptomoeda, a WLD. Com base em seu preço atual, o valor é equivalente a R$ 295. No Brasil já existem três pontos de coleta onde as famosas ‘orbes’ podem ser encontradas.
Segundo o site da Worldcoin, mais de 2,1 milhões de pessoas já realizaram cadastro em seu sistema. Destes, 561.051 foram apenas nos últimos 7 dias.
No entanto, a Worldcoin não quer apenas pessoas, mas também expandir seus negócios para atender empresas e governos. Em conversa com a Reuters, publicada nesta quarta-feira (2), um executivo da empresa falou sobre o caso.
“Não acho que seremos os únicos a gerar renda básica universal. Se pudermos fazer a infraestrutura que permita que governos ou outras entidades o façam, ficaremos muito felizes”, disse Ricardo Macieira, executivo ligado à Worldcoin. “A ideia é que, à medida que construímos essa infraestrutura, permitimos que outros terceiros usem a tecnologia.”
Como exemplo, Macieira comenta que uma cafeteria pode criar uma campanha de marketing e distribuir um café de graça para cada cliente. Para evitar abusos e gastos internos, tal empresa poderia usar os serviços da Worldcoin.
O mesmo se aplicaria a governos, que poderiam usar o sistema tanto para distribuição de renda como também para eleições. Em troca, tais empresas e governos precisariam comprar a WLD, criando uma demanda pela criptomoeda.
Worldcoin promete revolucionar o mundo, mas é alvo de críticas
Também nesta quarta-feira (2), o governo do Quênia proibiu a Worldcoin em seu território enquanto levantada dúvidas sobre a privacidade de seus cidadãos, que teriam seus olhos escaneados e — após transformados em um hash (um código) — guardados no sistema do projeto.
Mesmo que alguns governos e pessoas estejam preocupados com isso, outras tantas estão ignorando tais avisos. Segundo o próprio site da Worldcoin, mais de 2,1 pessoas de 120 países diferentes realizaram a troca.
No total, mais de 16,3 milhões de WLD já foram distribuídos, valor equivalente a R$ 193,4 milhões.
Por fim, embora o número de usuários impressione, ainda há um longo caminho para que a Worldcoin consiga coletar os dados dos 7,8 bilhões de humanos no mundo. Além disso, muitos não acham a recompensa aceitável, preferindo manter seus olhos longe de qualquer base de dados.