Arthur Hayes faz análise sobre futuro das stablecoins e como lucrar com este setor

Bilionário recomendou manter ações da Circle, mesmo parecendo sobrevalorizadas, mas tomar cuidado com papéis de novas empresas.

Arthur Hayes, fundador da BitMex, publicou um longo texto sobre stablecoins nesta terça-feira (17) na busca por lucros com essas moedas. Sua análise acontece após a Circle, emissora da USDC, abrir capital e ver suas ações subirem 400% na primeira semana de negociação.

Como destaque, o bilionário analisou o desempenho do papéis, bem como previu a chegada de outras empresas com a mesma estratégia.

No entanto, destaca que o mercado já está dominado tanto pela Tether, emissora da USDT, quanto pela própria Circle. Ou seja, será difícil que outras stablecoins tenham sucesso.

Hayes também falou sobre a entradas de bancos, em especial o JP Morgan que registrou a marca JPMD nesta semana, bem como sobre a possível chegada de novas pirâmides no estilo LUNA.

Apostar contra a Circle é um erro, diz Arthur Hayes

Uma das análises de Arthur Hayes é sobre investimentos na própria Circle, agora com ações negociadas na Nasdaq. O bilionário aponta que a empresa paga 50% de sua receita líquida de juros para a corretora Coinbase, o que poderiam enfraquecer o preço de seus papéis.

No entanto, ele não recomenda que investidores apostem contra a Circle.

“Você deveria montar um short na Circle? ABSOLUTAMENTE NÃO!”

“Talvez, se você acredita que a proporção Circle/Coinbase está desequilibrada, devesse comprar ações da Coinbase”, sugeriu Hayes. “Mesmo que a Circle esteja supervalorizada, quando olharmos para trás daqui a alguns anos, durante a mania das stablecoins, muitos investidores vão desejar apenas ter mantido [ações da] Circle. Pelo menos ainda teriam algum capital restante.”

Fora do mercado tradicional, Hayes revela que ainda mantém uma posição em Ethena, emissora da stablecoin USDe, que registra lucros com operações mais complexas do que compras de títulos do Tesouro americano.

Questões regulatórias deixarão bancos com acesso limitado ao setor de stablecoins

Outra questão avaliada por Arthur Hayes é a entrada de bancos neste setor. Hoje existem rumores de que JP Morgan, Bank of America e outros gigantes americanos estejam se preparando para lançar suas próprias moedas.

No entanto, o bilionário destaca que as operações desses bancos são globais. Portanto, não basta clareza regulatória apenas nos EUA para que eles consigam lançar produtos com maior alcance.

“As stablecoins serão, no fim, adotadas de forma limitada pelos bancos tradicionais”, iniciou Hayes, apontando que eles ainda manterão suas operações lentas tradicionais ao lado dessa nova.

“O grau em que poderão realmente adotar stablecoins será decidido, em cada escritório, por reguladores prudenciais. Lembre-se de que o JP Morgan não é um organismo único: cada filial em cada país é regulada de forma diferente. Muitas vezes, dados e pessoal não podem ser compartilhados entre as filiais, o que impede a racionalização tecnológica em escala da empresa.”

Falando sobre sua experiência própria, o bilionário conta que tentou abrir um escritório em Tóquio, no Japão, para oferecer certos serviços. No entanto, apontou que lhes foi cobrado diversas exigências, como a contratação de 60 funcionários com salários de US$ 80.000 por ano.

“Por mais que um executivo bancário adorasse cortar 99% de seus funcionários e aumentar a produtividade como resultado, ele não pode fazer isso por ser uma instituição regulada”, finalizou Hayes.

Como comparação, o bilionário aponta que a Tether tem cerca de 100 funcionários, já o JP Morgan emprega mais de 300.000 pessoas.

Empresas menores encontrarão portas fechadas

Arthur Hayes comenta que só existem três tipos de empresas que fazem dinheiro no mercado de criptomoedas: mineradoras, corretoras e emissoras de stablecoins.

Como destaque, o bilionário aponta que os lucros da Tether, emissora da USDT, chegaram a pelo menos US$ 5,9 bilhões em 2025.

Lucros estimados da Tether ano-a-ano. Fonte: Arthur Hayes/Reprodução.
Lucros estimados da Tether ano-a-ano. Fonte: Arthur Hayes/Reprodução.

Embora acredite que outras empresas menores copiarão a Circle e a Tether, Hayes não acredita que elas terão espaço no mercado de criptomoedas.

“Os promotores dessas empresas vão exibir credenciais sem sentido do sistema financeiro tradicional numa tentativa de convencer investidores de que têm os relacionamentos e a capacidade para quebrar o modelo dos bancos tradicionais nos pagamentos globais em dólar”, explicou. “A farsa vai funcionar; os emissores vão levantar um caminhão de dinheiro.”

“Na prática, não há futuro real, porque os canais de distribuição para novas empresas estão fechados. Entenda isso de uma vez com seu maldito cérebro de boneco. Negocie essa m**** como faria com uma batata quente.”

Por outro lado, o bilionário também não recomenda apostar contra as ações dessas empresas pequenas que surgirão no mercado. Afinal, levará tempo até que investidores tradicionais percebam como funciona esse negócio.

Outro adendo é que uma legislação mais livre fará com que novas stablecoins algorítmicas, famosas por parecerem esquemas de piramide, surjam no mercado e evaporem com milhões ou até mesmo bilhões como aconteceu com a LUNA.

Por fim, vale lembrar que diversas gigantes já tentaram entrar nesse setor, incluindo PayPal com o PYUSD e mais recentemente o presidente americano Donald Trump com a USD1. Até então, nenhum deles chegou perto do sucesso da Circle e, especialmente, da Tether.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.
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