Peter Schiff, economista chefe da Euro Pacific Capital, voltou a criticar o Bitcoin na terça-feira (28), ao afirmar que a maior criptomoeda do mundo está perdendo espaço para as altcoins.
O domínio do Bitcoin que já foi de 100%, obviamente por ser a primeira moeda digital criada, agora está em cerca de 38,2% segundo dados do CoinGecko. Apesar disso, o BTC já viu números menores em 2018 ficando com apenas 32% do mercado.
De qualquer forma, o Bitcoin viveu um ótimo ano em 2021 ao criar máximas de preço, aproximando-se dos 70 mil dólares em novembro. Além disso, há outros contrapontos para a observação pontual de Schiff.
Peter Schiff critica o Bitcoin e compara moeda com altcoins
Peter Schiff é conhecido por odiar o Bitcoin e amar o Ouro, este último um ativo posto de lado durante 2021 devido à popularização do BTC, fazendo pessoas e empresas trocarem o metal pela moeda digital.
Em seu mais recente ataque, Schiff afirma que o Bitcoin está perdendo a vantagem de ter sido a primeira criptomoeda, pela quantidade de criptomoedas que existem no mercado hoje.
“Com mais de 16.000 criptomoedas alternativas para escolher, o domínio do mercado do Bitcoin agora está abaixo de 40% pela primeira vez desde junho de 2018. Com um oferta ilimitada de criptomoedas facilmente criadas com propriedades virtualmente idênticas, o Bitcoin está perdendo sua vantagem competitiva de ter sido a pioneira.”
With over 16,000 alternative cryptos to choose from Bitcoin's market dominance is now below 40% for the first time since June of 2018. With an unlimited supply of easily created cryptos with virtually identical properties, #Bitcoin is losing its first-mover competitive advantage.
— Peter Schiff (@PeterSchiff) December 28, 2021
Um ponto interessante dessa observação de Schiff é que o Bitcoin foi a primeira criptomoeda a ser criada. Valendo zero por muito tempo, sem negociações, nem mesmo transações, o nascimento do Bitcoin é semelhante a uma flor em uma pedra.
Já as altcoins, aproveitaram-se das manchetes do BTC e deixaram muitos desenvolvedores ricos com pré-mineração e outros artifícios fraudulentos, além da pseudo-descentralização. Com isso, já seria possível separar o Bitcoin das altcoins, visão que Shiff não parece concordar.
Setores diferentes
Como relatado pelo Livecoins, o Bitcoin mantém uma liderança absoluta no mercado, com seus principais ex-concorrentes sendo a Litecoin (LTC), em 19.º no market cap hoje, e o Bitcoin Cash (BCH) em 25.º. Ou seja, o BTC está mais soberano do que nunca.
Agora olhando para outros projetos mais próximos do market cap, como Ethereum (ETH) e Binance Coin (BNB), estas criptomoedas tem propósitos totalmente diferentes, como o próprio filho de Peter Schiff, Spencer, explica em resposta ao seu pai.
“Bitcoin não compete com essas moedas; está em uma categoria completamente separada. Muitos altcoiners até admitem isso.”
Ou seja, Ethereum, Binance, Solana, Cardano, Polkadot estão focadas em contratos inteligentes, em tornarem-se supercomputadores globais para rodar aplicativos descentralizados, armazenando NFTs, por exemplo.
Já o propósito do Bitcoin é tornar-se um ouro digital, uma moeda escassa que soluciona os problemas, como a inflação, causados pelas moedas controladas pelos Estados. Além disso, funcionar como uma moeda pela internet, ou seja, são campos bem diferentes.
Outro ponto importante é que embora existam milhares de moedas, bem mais do que as 16.000 citadas por Schiff, seu baixo volume e liquidez podem inflar seu valor de mercado para números irreais, assim como criar uma ilusão da falsa concorrência. Portanto, para quem constrói essa tecnologia descentralizada, é inútil olhar para tão longe.