A agência de investigação americana FBI publicou, nesta segunda-feira (29), um alerta sobre o crescente número de hacks no setor de finanças descentralizadas (DeFI). A declaração acontece um mês após os EUA sancionarem o mixer Tornado Cash, usado para embaralhar fundos roubados da Ronin.
Como destaque, o FBI aponta que o setor de DeFi foi responsável por 97% das perdas de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,6 bi) da indústria de criptomoedas entre janeiro e março deste ano.
Como recomendação, a agência pede para que vítimas entrem em contato com a mesma. Além disso, cita algumas precauções que investidores devem tomar para mitigar riscos, como preferir o uso de plataformas auditadas por terceiros.
FBI de olho no setor de DeFi
Citando dados da Chainalysis, o FBI aponta que hacks no setor de DeFi estão em ascensão. Responsáveis por 30% das perdas da indústria em 2020, esta porcentagem saltou para 72% em 2021 e, entre janeiro e março deste ano, o setor representou 97% das perdas financeiras.
Como exemplo, comenta sobre algumas técnicas utilizadas pelos hackers, como flash loan, explorações de vulnerabilidade — principalmente em pontes, bem como o uso de oráculos para alterar o preço de determinada criptomoeda e assim roubá-las.
“Os criminosos cibernéticos estão explorando cada vez mais vulnerabilidades nos contratos inteligentes que regem as plataformas de DeFi para roubar criptomoedas, fazendo com que os investidores percam dinheiro.”
Como recomendação, a agência de inteligência americana pede para que as vítimas entrem em contato com a mesma, localmente ou pela internet, para que investigações possam ser adiantadas.
É preciso se prevenir, aponta FBI
Em um mundo onde códigos são a única barreira entre hackers e bilhões de reais em criptomoedas, muitos destes projetos estão investindo pesado em sua segurança. Com isso, profissionais da indústria chegam a receber salários de até R$ 2 milhões por ano.
Com isso, o FBI recomenda que investidores procurem por projetos que tenham sido auditados, ao menos uma vez, por terceiros. Em seguida, aponta que a cultura do código aberto é uma faca de dois gumes, afinal tais códigos podem ser estudados e aproveitados por pessoas com más intenções.
“Investimento envolve risco.”
Por fim, a agência americana se mostra madura em seu comunicado ao mostrar solidariedade com investidores enquanto deixa o setor de DeFi livre para evoluir e aprender com seus próprios erros.