Julgado culpado por todas as sete acusações que enfrentava, Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, pode pegar até 110 anos de prisão. No entanto, seus advogados estão tentando reduzir a pena para, no máximo, 6 anos e meio.
Considerado o pior cliente que já teve por seu ex-advogado, David Mills, SBF entrou em um modo “kamikaze” em seu próprio julgamento ao cavar sua própria cova, enquanto outros executivos da FTX apenas “jogaram o jogo” para se livrar das acusações.
Agora, Bankman-Fried volta aos tribunais americanos nesta quinta-feira (28) para o juiz determinar quanto tempo o ex-bilionário passará na prisão.
Ao contrário dos advogados de defesa, o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) está querendo uma pena muito mais pesada. Em documento publicado no dia 15 de março, o DoJ diz que SBF deve ficar entre 40 a 50 anos na cadeia para servir de exemplo a outros.
“É necessária uma sentença de 40 a 50 anos de prisão.”
“Uma sentença criminal deve ser elaborada, entre outras coisas, para refletir a gravidade da infração, promover o respeito pela lei, proporcionar uma punição justa para a infracção e dissuadir futuras condutas criminosas”, escreveu o DoJ.
Sam Bankman-Fried continua na prisão, mas está se adaptando
Enquanto aguarda seu julgamento, Sam Bankman-Fried já está adaptado ao sistema monetário da cadeia. Vegano, o ex-bilionário estaria trocando seus filés de peixe, que funcionam como a moeda local, por outros bens e serviços.
Já um ex-colega de prisão de Bankman-Fried revelou que o executivo se tornou um “verdadeiro ganster” ao não dedurar os delitos internos de seus companheiros. No entanto, também notou que ele não está tomando banho e já perdeu bastante peso.
Independente da sentença, seja 6 anos e meio como a defesa propõe, 40 anos como o DoJ recomenda ou 110 anos no caso de pena máxima, parece que o ex-bilionário já está pagando por seus crimes.
Do lado de fora, os clientes da FTX continuam esperando pela devolução de seus ativos. Embora a nova gerência tenha adiantado as pontas, os valores a serem pagos parecem estar fixados na data da falência da corretora.
Ou seja, nenhum deles aproveitou a grande alta de 350% do Bitcoin no período, muito menos da escalada de 1.600% da Solana. Pior que isso, foi o sentimento de desconfiança deixado no mercado sobre outras empresas.
EUA continuam processando corretoras de criptomoedas
Em paralelo, o governo americano também está processando diversas outras corretoras de criptomoedas, incluindo gigantes como Binance e Coinbase. Nesta semana foi a vez da KuCoin ser acusada de conspiração criminosa multibilionária.
De qualquer forma, esses casos são bem diferentes da FTX. Afinal, a corretora de Sam Bankman-Fried usou ilegalmente o dinheiro de seus clientes para investir em outros projetos e bancar um estilo de vida de luxo aos seus executivos.
Já no caso das outras empresas, os processos estão ligados a falta de KYC por um determinado período de suas histórias, mas também pela negociação de criptomoedas que a SEC considera valores mobiliários. Independente das diferenças, os casos mostram que os EUA estão focados no mercado de criptomoedas.