A Coreia do Norte está usando cada vez mais criptomoedas para financiar seu programa de armas nucleares, disseram autoridades americanas. O país se tornou uma grande detentora de ativos digitais, com diversos grupos hackers do país roubando bilhões em bitcoin, ethereum e outras criptomoedas.
O grupo hacker Lazarus Group, financiado pelo governo da Coreia do Norte, roubou mais de US$ 600 milhões em criptomoedas do Axie Infinity em 2022.
De acordo com estimativas recentes, os hackers norte-coreanos roubaram R$ 4.3 bilhões só no início de 2022, de acordo com dados da Chainalysis, sendo que outros 200 milhões de dólares (R$ 1 bi) foram roubados em 2020 e 2021 juntos.
Entre janeiro de 2017 e o final de 2018, conforme noticiado pelo Livecoins, o grupo Lazarus e dois outros grupos de hackers da Coreia do Norte conseguiram roubar pelo menos US $ 571 milhões em criptomoedas em ataques a diversos países.
A quantia roubada, de acordo com investigadores da ONU, é uma “importante fonte de receita” para o programa nuclear da Coreia do Norte.
O assunto agora virou prioridade nos EUA, com o governo americano preocupado com a situação e criando uma força tarefa para lidar com Kim Jong-un.
As autoridades americanas estão correndo para adotar várias medidas para combater as ameaças da Coreia do Norte, incluindo a imposição de sanções contra o país e a apreensão das criptomoedas roubadas.
“Estou muito preocupada com as capacidades cibernéticas da Coreia do Norte”, disse Anne Neuberger, vice-conselheira de segurança nacional do governo Biden, durante um evento organizado pelo Center for a New American Security (CNAS). “Eles usam até um terço dos fundos roubados (em criptomoedas) para financiar seu programa de mísseis.”
Indo além, a Coreia do Norte também está usando parte das criptomoedas roubadas para financiar as operações de espionagem do país. No início deste ano o governo dos EUA descobriu que espiões sul-coreanos estavam roubando informações militares do país e pagando pelas informações usando Bitcoin.
Ela disse ainda que o aumento de testes de mísseis pela Coreia do Norte é uma prioridade para os EUA, que estão tomando várias medidas para combater as ameaças da Coreia do Norte.
A Coreia do Norte vem aumentando os testes com mísseis balísticos, fazendo com que mais de 5 milhões de japoneses fossem instruídos a procurar abrigo depois que o país lançou um míssil sobre a ilha de Hokkaido na semana passada.
O país liderado por Kim Jong-un deve realizar seu primeiro teste com armas nucleares em cinco anos nos próximos dias, segundo relatórios da inteligência sul-coreana e norte-americana. E tudo isso – dizem as autoridades – está sendo financiado com criptomoedas roubadas.
De acordo com um relatório publicado pela ONU, uma das maneiras pelas quais os hackers operam é realizando ataques contra exchanges e usuários. Outro método conhecido é através da mineração de criptomoedas.
Uma das maiores exchanges de criptomoedas do país vizinho, a Bithumb, teria sido vítima de pelo menos quatro hacks entre 2017 e 2019, perdendo cerca de 58 milhões de dólares.
Um recente caso, divulgado pelo Bleeping Computer, revela que os grupos hackers estão usando falsas ofertas de emprego relacionadas a criptomoedas para espalhar malwares focados em sistemas macOS.
O principal vetor do ataque é o uso de malwares para infectar o computador das vítimas. Assim, os hackers tentam induzir os alvos a abrir arquivos maliciosos que infectam sistemas e podem ser usados para violar as redes internas de empresas de criptomoedas para roubar grandes quantidades de criptomoedas e realizar espionagem.
O país agora está ocupado tentando lavar os fundos roubados, e a indústria provou ser muito lucrativa para a Coreia do Norte interromper suas operações.
Enquanto isso, o governo dos EUA está tentando cercar a Coreia do Norte, fechando as ferramentas de lavagem usadas pelo regime, como o Tornado Cash e o Blender.
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