Dos 18 dias de 2023, o Bitcoin apresentou alta em 14 deles, ultrapassando os US$ 21.000 após uma valorização de 29% no período. Mas afinal, o que está por trás deste otimismo?
Primeiro, podemos analisar o chamado índice de medo e ganância do Bitcoin. Baseado em dados como volatilidade, volume, opiniões em redes sociais, dominância do bitcoin e tendências de buscas, tal índice aponta que investidores saíram da zona do medo pela primeira vez há quatro meses.
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Além disso, estamos no nível mais confortável desde abril do ano passado, um sinal de que o inverno mais longo da história chegou ao seu fim.
Inflação americana mostra sinais de melhora
Com a inflação americana atingindo seu maior nível das últimas décadas, muitos estavam esperando que o dólar perdesse seu brilho. No entanto, o Fed iniciou uma forte escalada nas taxas de juros para controlar seu poder aquisitivo, derrubando o Bitcoin a cada nova reunião.
Além do Bitcoin, outros mercados foram impactados negativamente com a medida, mas o plano do Fed funcionou. Segundo dados publicados na semana passada, a inflação americana caiu 0,1% em dezembro.
Portanto, este pode ser o primeiro motivo da alta do Bitcoin. Afinal, alguns acreditam que a taxa de juros possa recuar ainda este ano, mesmo que passe por mais aumentos neste primeiro trimestre.
Fantasma da FTX fica no passado
A quebra da FTX, então segunda maior corretora de criptomoedas do mundo, surpreendeu a todos. Em apenas quatro dias, o Bitcoin perdia quase 27% de seu valor, alcançando o menor nível dos últimos dois anos enquanto a confiança dos investidores desaparecia.
No entanto, as empresas que não foram afetadas pelo efeito dominó correram para mostrar que a FTX não representava o mercado. Auditorias e processamento de bilhões de dólares em saques ajudaram a acalmar os ânimos dos mais desconfiados.
Quanto ao preço do bitcoin, este agora está no mesmo nível antes da quebra da corretora de Sam Bankman-Fried. Ou seja, dois meses depois, o mercado parece pronto para continuar onde estava, deixando a FTX no passado com outras tantas como a Mt.Gox, gigante que faliu em 2014.
A própria alta atrai mais investidores
Uma das expressões mais famosas do mercado financeiro é “não pegar a faca caindo”. Ou seja, é melhor esperar por uma retomada de preços do que tentar acertar qual o fundo exato de um ativo, já que este pode continuar caindo.
Portanto, a formação de um pivô de alta pode ter atraído mais investidores, agora mais tranquilos de que a região dos US$ 15.000 era o fundo e que o Bitcoin não cairá mais.
Bitcoin deve enfrentar correção
Com o Bitcoin apresentando um dos melhores desempenhos de início de ano, o entusiasmo tomou conta do setor, com alguns investidores falando em US$ 1 milhão após o bitcoin subir 0,4%.
Outros — também muito animados, mas mais conservadores — acreditam que o Bitcoin atingirá um novo recorde de preço neste ano, ultrapassando os US$ 69.000.
No entanto, embora analistas estejam apontando para altas vertiginosas, quase todos eles citam que isso será uma montanha-russa, com ao menos uma forte correção em breve. Afinal, muitos podem estar tentados a realizar parte de seus lucros, já que o Bitcoin subiu 29%, antes de voltar a comprar.
Portanto, com o mercado otimista para 2023, tais quedas podem representar ótimos momentos de entrada, e não de pânico. Afinal, mercados não andam em sentido único, mesmo que estejam com uma tendência clara.