O presidente da Unick Forex, Leidimar Bernardo Lopes, havia conseguido na justiça um defensor público. Agora, o líder de um dos maiores golpes usando a imagem do Bitcoin no Brasil retrocedeu e contratou um advogado.
A Unick começou a atuar no sul do Brasil ainda em 2017, recrutando investidores para investimentos com Bitcoin. Depois de algum tempo, já com uma grande base de associados (clientes), mudou o nome para Unick Academy.
Mesmo com a alteração de nome, e buscando associar os ganhos mágicos com a prática de educação financeira, a empresa já estava na mira da Polícia Federal. Os líderes da pirâmide, uma das maiores que já se associou a imagem do Bitcoin no Brasil, foram presos em outubro de 2019, com uma grande operação policial.
Presidente da Unick não mais usar defensor público em sua defesa, contratou advogado
A Unick certamente ficou famosa no Brasil nos últimos anos, principalmente entre investidores de Bitcoin. Essa pirâmide financeira buscava criar uma base de associados, que seguia crescendo até meados de maio de 2019.
Contudo, naquela ocasião, a Polícia Federal prendeu os líderes da Indeal, outra pirâmide que tinha sede na mesma região. Com o fim da empresa concorrente, mas que atuava no mesmo setor, o negócio da Unick começou a ruir.
Em outubro daquele ano, a situação chegou ao final de vez, com a PF deflagrando a chamada Operação Lamanai. Dessa forma, 15 líderes da Unick foram presos por agentes da polícia federal, e tiveram vários bens apreendidos.
Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, foi determinado a liberdade de vários líderes ainda presos. Entretanto, os advogados que cuidavam do caso, do presidente da Unick, por exemplo, desistiram de continuar na defesa desses investigados pela justiça federal.
Como o presidente da Unick, Leidimar Lopes, afirmou não ter recursos para pagar um advogado, foi determinado pela justiça um defensor público para sua defesa. Esse caso chocou muitos que acompanham este assunto, uma vez que a Unick captou bilhões de reais de seus clientes e ninguém sabe o real paradeiro da fortuna até hoje.
Contratou advogado criminalista de São Leopoldo
De acordo com o Jornal NH, o presidente da Unick desistiu do defensor público porque contratou um advogado particular. O novo advogado, chamado Tomás Gonzaga, atua na área criminalista e é da cidade de São Leopoldo.
Como o processo da Unick é gigantesco, e já passa de 100 mil páginas hoje, o advogado que assumiu recentemente o caso, ainda não consegue expor a tese de defesa. Tomás teria assumido a defesa de Leidimar na última sexta-feira (10).
Leidimar ainda sofre sérias ameaças de morte por antigos clientes, por isso, sua localização exata tem sido protegida. Entretanto, por decisão judicial ele está proibido de deixar a cidade de Caxias do Sul, local que provavelmente mora hoje.
Isso porque, como a Unick prometia rendimentos de 3% ao dia, mais bônus por afiliados, o golpe atraiu muitos investidores. A maior parte deles ainda não sabe se um dia conseguirá reaver alguma parte de seus investimentos. Na justiça brasileira, centenas de processos judiciais, em todo o país, já pedem bloqueio de bens dos líderes.
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