Uma corretora de Bitcoin brasileira que quebrou e encerrou suas atividades, afirmava na internet que possuía o serviço de “Groupon” das Criptomoedas. O Groupon é um e-commerce, que na região da América Latina recentemente alterou seu nome.
Na justiça e Reclame Aqui, não faltam histórias tristes sobre a corretora 3XBit, que encerrou suas atividades. Além disso, nos últimos dias a situação ficou ainda pior, quando o site da 3XBit saiu do ar.
Também conhecida como Threexbit Serviços Digitais S/A, a 3XBit possuía sede em Campinas (SP), fundada por três sócios, sendo o presidente Saint Clair de Sousa Izidoro. Apesar da falta de pagamento aos clientes, de acordo com o CNPJ Rocks, a situação da empresa junto a Receita Federal ainda é ATIVA.
Apesar do Groupon ser uma empresa que ainda funciona, com várias transações por dia e não ter nenhum envolvimento com criptomoedas, uma corretora de Bitcoin tentou associar sua imagem à do famoso e-commerce.
O caso aconteceu em um post no blog da Startse, onde Saint Clair cadastrou a 3XBit como uma startup. Por lá, certamente as pessoas poderiam conferir que a 3XBit era um Groupon das criptomoedas, ainda que não tenha ficado claro o porquê da associação.
Apesar de buscar uma imagem de empresa séria, utilizando até o nome de comércios eletrônicos famosos, a 3XBit não tem honrado o compromisso com seus clientes. Pelo Reclame Aqui, por exemplo, já são mais que 70 reclamações, a maior parte sem resposta. Com isso, os clientes que pesquisam a empresa naquela plataforma verificam a classificação de “Não Recomendada”.
Além disso, em novembro de 2019, o Livecoins já havia citado a sequência de problemas envolvendo a 3XBit. Na época, a esperança era de que os clientes pudessem receber os investimentos realizados junto à 3XBit. Em 2020, principalmente após o site sair do ar, os clientes aumentaram o receio sobre o impasse nos saques de rendimentos.
Além de passar por inúmeros problemas, a 3XBit foi associada ao problema do Grupo Bitcoin Banco (GBB). A empresa teria enviado fundos de um cliente para uma corretora do GBB. Entretanto, o envio de R$ 300 mil aconteceu sem a permissão da cliente, que acionou a justiça.
Além disso, ainda em 2019, o CEO da Anubis Trade, Matheus Grijó, avaliou a 3XBit no Facebook. Em sua avaliação, Grijó destacou que a corretora era nota 10 e que recomendava seus serviços.
Contudo, poucos meses após essa avaliação, tanto a 3XBit quanto a Anubis Trade tiveram problemas para pagar seus investidores. A Anubis Trade foi comprada pela Atlas Quantum, que também não tem pago seus investidores há vários meses.
Enquanto alguns clientes esperam, outros procuram a justiça para receber de volta os investimentos realizados na 3XBit. De acordo com Diário da Justiça de São Paulo, na última segunda (2), o investidor Aron Barbosa teve um parecer favorável sobre seu caso.
O investidor havia feito contrato de locação de criptomoedas com a 3XBit, do qual prometia rentabilidade de 3% ao mês. Aron teria enviado dois Bitcoins para a corretora, que após passado um ano, teria sumido com seu investimento.
Ao verificar os problemas junto a corretora, Aron acionou na Justiça de São Paulo a 3XBit. O pedido foi de tutela de urgência e rescisão contratual, que foi acatado parcialmente.
há indícios de que a empresa Threexbit [3XBit] possa ter lesado relevante número de consumidores e que, a inércia por parte do Poder Judiciário, pode vir a acarretar dano patrimonial vultuoso ao requerente caso a medida não seja concedida.
O juiz determinou arresto de R$ 33 mil das contas da 3XBit, e disse que “Não há elementos suficientes a demonstrar que a requerida não terá patrimônio suficiente para honrar com os efeitos futuros da procedência eventual de seus pedidos“. Tal visão do juiz pode indicar que a empresa provavelmente possui recursos para pagar seus investidores.
A corretora terá 15 dias para recorrer da decisão, proferida no último dia 2 de março. A reportagem do Livecoins não conseguiu falar com os responsáveis da 3XBit para comentar sobre o caso. O espaço fica aberto para posicionamento da empresa.
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