O assunto da escalabilidade das criptomoedas em transações comumente é levantado como a bandeira dos maiores críticos da tecnologia, e alguns estudos vêm elucidar mais o tema.
No dia 22 de janeiro a criptomoeda Qtum, que recentemente fez um atomic swap com o Bitcoin na mainnet, disse que sua rede pode processar cerca de 10 mil transações por segundo (TPS).
A plataforma QtumX foi criada para atender empresas, e de acordo com seu medium oficial, realizou uma aferição de suas transações chegando a velocidade relevante em comparação com outras criptomoedas no mercado, e mesmo em relação às empresas centralizadas de meio de pagamento.
O tema da escalabilidade é fundamental para a maior adoção das criptomoedas, visto que sistemas centrais de pagamentos como Visa, Mastercard e Paypal ainda dominam o mundo no quesito escalabilidade.
Mediante a novidade da altcoin Qtum, o portal Cointelegraph foi atrás dos dados de outras criptos concorrentes, em um estudo que coloca uma luz sobre o mercado.
O levantamento considerou a escalabilidade que os desenvolvedores afirmam que as redes possuem, e qual era a velocidade estimada (imagem abaixo).
A Visa afirma em seu site oficial que pode processar 24 mil TPS, enquanto o Bitcoin é possível cerca de 7 transações por segundo. A Ethereum contém apenas 15. Olhando aqui a diferença é muito mais do que gritante.
A EOS, que é uma das redes com maior atividade nos últimos dias, poderia processar cerca de 50 TPS, apesar de afirmar ser capaz de mais de 3 mil. Neste estudo, a XRP seria a melhor opção com 1,5 mil transações.
O estudo acima diverge de outro realizado no Bitcoin Talk no ano passado, que em julho de 2018 afirmava alguns valores diferentes para as transações de algumas criptos. Na ETH, o levantamento apontava 50 TPS e na EOS cerca de 1,3 mil.
Além disso, o estudo do Bitcoin Talk levantou uma linha de raciocínio que considerava a Lightning Network do Bitcoin, que para processar micropagamentos conseguiria cerca de 1 milhão de pagamentos por segundos (teoricamente).
Cabe o destaque que a LN tem crescido de forma constante e mostra que o Bitcoin como dinheiro está para colocar pressão nos sistemas tradicionais, quem sabe até em 2019. Mesmo assim, a capacidade de 1 milhão não foi provada como certa até então, mas se conseguir se aproximar da marca da Visa já seria algo sensacional para o crescimento da tecnologia aos olhos do mundo.
Uma reflexão sobre a escalabilidade que poucas pessoas prestam atenção ao realizar qualquer afirmação sobre o assunto, é que mesmo que a rede seja capaz de realizar milhares de transações por segundo, se não tiver ninguém utilizando a rede de nada adianta o seu funcionamento.
A própria Qtum, que iniciou o debate atual, possui uma capacidade de preencher seus blocos bem aquém do limite total, isso de acordo com um relatório de um pesquisador autônomo confirmando com um estudo empírico, publicado no início de janeiro de 2019.
O Bitcoin teve um volume de transações, só no ano de 2018, acima de 3 trilhões de acordo com um levantamento recente nas exchanges, o que mostra que o interesse nessa rede é gigante.