Porta-vozes das duas maiores empresas de cartões do mundo, Visa e Mastercard, comentaram à Reuters que estão reavaliando a indústria de criptomoedas após os recentes vexames de gigantes no mercado.
Como exemplos, durante o último grande ciclo de alta do Bitcoin, em 2021, a Mastercard havia comprado uma empresa de rastreamento de criptomoedas, mostrando seu interesse no setor.
Já a Visa chegou a realizar estudos de pagamentos recorrentes utilizando o Ethereum há poucos meses. Além disso, um diretor da gigante também mostrou números que atraíram a empresa para às criptomoedas.
Quebras do setor cripto afetaram confiança da Visa e Mastercard
Apesar da boa-relação das duas maiores empresas de cartões de crédito e débito com as criptomoedas, os recentes acontecimentos acabaram minando a confiança das mesmas neste mercado.
Dentre os maiores destaques estão a falência da corretora FTX e da maior mineradora de Bitcoin, a Core Scientific. No entanto, a lista se estende, com um efeito dominó derrubando nomes tão grandes quanto Genesis e centenas de outras menores.
Portanto, o afastamento da Visa e Mastercard parecem algo natural neste primeiro momento, como destacado por seus porta-vozes.
“Nossos esforços continuam focados na tecnologia subjacente à blockchain e como isso pode ser aplicado para ajudar a resolver os pontos problemáticos atuais e construir sistemas mais eficientes”, disse um porta-voz da Mastercard à Reuters.
Já a opinião da Visa parece ainda mais dura, apontando que o colapso de gigantes mostra que o setor ainda é imaturo para ter uma exposição maior no sistema financeiro global.
“As recentes falhas de gigantes no setor cripto são um lembrete importante de que temos um longo caminho a percorrer antes que as criptomoedas se tornem parte dos principais pagamentos e serviços financeiros”, disse um porta-voz da Visa.
É preciso focar no longo prazo
Por fim, tudo indica que as duas voltarão a olhar com mais atenção para o mercado cripto quando este parecer mais maduro. Ou seja, as criptomoedas não são o problema, mas sim algumas empresas que acabam manchando a reputação de todo setor.
Além disso, a recente quebradeira também serve como uma desculpa para reguladores continuarem negando ETFs de Bitcoin nos EUA, o que acaba refletindo em seu preço. Afinal, um ETF à vista daria grande exposição institucional ao BTC, mas este sonho continua sendo adiado.
De qualquer forma, a entrada de outras gigantes do mercado tradicional, como Fidelity e BlackRock pode acelerar a maturidade desta indústria. Ou seja, ainda que a projeção de curto prazo esteja ruim, tudo indica que o Bitcoin segue sendo uma boa estratégia de longo prazo.