Leidimar Lopes, presidente da Unick Forex. Reprodução/YouTube
O presidente da Unick Forex, Leidimar Lopes, construiu sua “carreira” em cima de supostas pirâmides financeiras.
Além da Unick, o “empresário” gaúcho pode ter envolvimento com outros dois esquemas que afetaram a vida de centenas de pessoas – a Phoner e a Dome Assistência Familiar -, segundo informações do Grupo Anti Ponzi.
Áudios atribuídos a Lopes, enviados à reportagem do Livecoins nesta quarta-feira (25), revelam como o fundador da Unick Forex trabalhava, influenciava pessoas e lidava com as críticas.
Em um dos áudios, Lopes falou sobre como ele orientou uma pessoa que perdeu dinheiro na TelexBit – suposta pirâmide financeira que trabalhava com a venda de pacotes de telefonia pela internet, assim como a Telexfree – a pegar empréstimo com agiota.
“É um cara que tem bastante patrimônio, mas ele perdeu R$ 1 milhão da TelexBit, tá meio desequilibrado e quer botar umas contas aqui na Unick”, diz Lopes, que fala também que não quer se envolver com o agiota.
Em outro áudio, o fundador da suposta organização criminosa xinga um provável investidor que perdeu grana na Unick Forex, responsável por movimentar cerca de R$ 29 bilhões de forma ilegal, segundo a Polícia Federal.
“Tu é um miserável. Tu tá mendigando R$ 100 mil. Tu é um miserável infeliz. Tu não é digno, tu é um merda, um cara que se vende por R$ 100 mil é um trouxa.Tu é um palhaço. Só isso que tu é”, diz.
Em outro áudio, ao falar com alguém que teria feito críticas ao negócio, Lopes defende a Unick Forex e diz que sempre há pessoas querendo estragar as coisas para ele. Fala ainda que nunca teve nada a esconder de ninguém.
“Mesmo sendo cinquenta, R$ 1 milhão de investigador, eu não tenho nada a esconder. Minha vida é pública, meu nome todo mundo sabe, meu endereço, os negócios que eu tenho. A Unick é uma empresa legal, ela funciona real”.
Leidimar Lopes, conforme adiantou o Livecoins no início desta semana, cumpre prisão domiciliar desde a semana passada, monitorado por tornozeleira eletrônica.
A decisão foi da 7ª Vara Federal do Rio Grande do Sul, e foi baseada em recomendações do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que pediram para os magistrados reavaliarem prisões preventivas por causa da pandemia do coronavírus.
Na decisão, a juíza federal Karine da Silva Cordeiro disse que, apesar de a manutenção da prisão preventiva ser a medida ideal, nesse momento de proliferação do vírus a saúde de Lopes é mais importante do que a ordem pública e, por isso, ele pode cumprir a pena alternativa.
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