Samuel Pinato, da Dilejd Gestão Integrada de Negócios, foi contratado pelo Grupo Tree Part em dezembro de 2018. O empresário, que virou o braço direito do presidente do conglomerado, Nivaldo Gonzaga, ficou a cargo de desenvolver estratégias comerciais para a empresa.
Era Pinato, por exemplo, que organizava e promovia aqueles eventos onde líderes do negócio publicizavam os supostos ganhos de 15% ao mês em cima do capital aportado. O trabalho de Pinato foi inclusive citado em memorando da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Pinato, no entanto, tomou um calote do Grupo Tree Part, que controla a exchange GenBit. O valor da dívida é de cerca de R$ 1 milhão, conforme notificação extrajudicial a qual a reportagem do Livecoins teve acesso.
A defesa de Pinato informou que ele não presta mais serviços para a GenBit. O Grupo Tree Part foi contatado, mas não respondeu até o momento.
Grupo firmou contrato de R$ 1 milhão
O contrato de prestação de serviço entre o Grupo Tree Part e Pinato previa quatro fases. Na primeira, o empresário faria um estudo detalhado de todas as áreas do negócio, como comercial, administrativo, desenvolvimento humano, entre outros.
Na segunda fase, ficou acordado que ele desenvolveria o conceito do grupo e orientaria na montagem das estruturas do negócio. Na terceira, ele implantaria processos, como os eventos para atrair investidores. Já na quarta fase, criaria o plano de negócios do conglomerado.
Pela parceria, o grupo de Nivaldo Gonzaga se comprometeu a pagar a “bagatela” de R$ 650 mil. Além desse valor, Gonzaga combinou que depositaria outros R$ 400 mil para Pinato pelos serviços que envolveram a organização das palestras.
Grupo Tree Part pagaria com veículos, diz defesa
Conforme a notificação extrajudicial, a empresa de Nivaldo Gonzaga reconheceu a dívida com Pinato e se comprometeu a pagá-la com veículos. No entanto, o Grupo Tree Part afirmou em processo que os carros da empresa haviam sido bloqueados, o que supostamente impossibilitou o pagamento.
“(…) empresa NOTIFICADA, através da forma de pagamento descrita no termo de confissão de dívida, não honrou com o pactuado, pois os veículos foram bloqueados em virtude ações judiciais distribuídas em todo o país, o qual inviabilizou a transferência dos veículos (…)”, diz trecho da notificação.
Falta de pagamento afeta subsistência de Samuel e outros sócios, diz defesa
No processo, a defesa de Pinato informou que teve que enviar notificação extrajudicial por causa da falta de pagamento. “Não obstante ser originário de uma relação comercial amistosa, a falta de pagamento culminou no desfecho desta notificação extrajudicial para forçar o cumprimento da responsabilidade assumida”, diz trecho.
No documento, o advogado também disse que a falta do dinheiro está afetando a vida do braço direito de Nivaldo Gonzaga e dos outros sócios dele, pois o valor devido tem “natureza inclusive de caráter alimentar, pois trata-se de subsistência dos sócios que desempenharam seus esforços em prol da empresa notificada”.
Qual a situação da GenBit?
O Grupo Tree Part (Gensa Serviços Digitais), dono da GenBit, responde a mais de 400 processos judiciais só na Justiça de São Paulo.
São ações de pessoas que venderam casas, usaram dinheiro da rescisão trabalhista e até fizeram empréstimos para investir no negócio, que até o ano passado prometia rendimentos fixos de 15% ao mês por meio da Zero10 Club.
O grupo também foi alvo de uma ação civil pública do Ministério Público de São Paulo, que pediu o fechamento do negócio e o bloqueio de R$ 1 bilhão. A Justiça, em resposta ao processo, manteve o conglomerado aberto, mas determinou o bloqueio de R$ 800 milhões.
Mesmo no meio desse turbilhão jurídico, a empresa tenta fomentar o uso de seu Treep Token (TPK), uma “criptomoeda” com pouco valor de mercado. Com ela, é possível apenas comprar produtos e aimentos – a exemplo de sushis ou sapatos – com desconto de até 30%.
Histórico da Genbit
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