Na tentativa de fomentar o uso de seu Treep Token (TPK), o Grupo Tree Part, que administra a GenBit, divulgou um vídeo em que compara sua criptomoeda aos três principais tokens do mercado: Basic Attention Token (BAT), Gram e Tether.
De acordo com a produção audiovisual feita pela empresa, o TPK tem uma comunidade engajada, assim como a BAT; conta com o suporte de uma grande empresa, tal qual o Gram; e é pareado como o dólar, a exemplo do Tether.
“Já vamos entrar no mercado com uma comunidade que possui mais de 70 mil clientes, somos apoiados por uma holding, teremos o alicerce de um grupo empresarial e nosso token será fundamentado na cotação do dólar”, diz trecho do vídeo.
Qual a diferença entre a GenBit e as empresas por trás dos principais tokens?
A BAT foi lançado pelo co-fundador do navegador Mozilla Firefox, Brendan Eich; o Gram, vendido apenas para alguns investidores, é do Telegram; e a moeda Tether dá nome à companhia que o criou.
Todas as empresas por trás desses tokens são diferentes da GenBit. Isso porque nenhuma delas, ao lançar seus criptoativos, prometeu rendimentos fixos em cima de aportes financeiros, a exemplo do que fazia o Grupo Tree Part com a Zero10 Club.
A criação da BAT, do Gram e da Tether também não foi subsidiada com recursos captados de forma irregular das pessoas, como fez a GenBit. A ilegalidade do negócio foi inclusive atestada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Vale citar que a GenBit garante que a Zero10 Club foi descontinuada por causa da notificação da CVM, o que é verdade. Até hoje, no entanto, a empresa não devolveu o dinheiro dos investidores. Em vez de moedas reais, eles receberam apenas TPK.
GenBit e TPK não têm comunidade engajada
A GenBit está longe de ter uma comunidade engajada, como o Telegram, que espera atingir 1 bilhão de usuários até 2022.
Na última nota enviada ao Livecoins, a o Grupo Tree Part afirmou que “a comunidade já aderiu (ao TPK), efetuando inúmeras transações comerciais, como pode ser facilmente verificado nas mídias sociais”.
Toda semana, em grupos de conversa e em mídias sociais, algumas pessoas realmente publicam fotos de pontos comerciais que aceitam o TPK. A maioria dessas imagens, no entanto, são enviadas por líderes da GenBit.
Os clientes verdadeiros – aqueles que venderam casa, pegaram a rescisão trabalhista ou fizeram empréstimos para investir na GenBit, esperando os lucros de até 15% ao mês – não querem saber do TPK.
Isso porque com essa criptomoeda da GenBit só é possível comprar pizzas, remédios, sapatos ou roupas com desconto de até 30%.
Mesmo que a empresa no futuro consiga fazer parceria com outros estabelecimentos comerciais, o fato é que os investidores estão sendo praticamente obrigados a usar uma moeda que não queriam.
Isso não agrada a ninguém.
Basta acessar o Reclame Aqui – onde há pouco mais de 400 reclamações contra a empresa – para entender o que os clientes realmente pensam.
GenBit não dá suporte coisa alguma e não é segura
No vídeo, ao comparar o TPK com o BAT, a GenBit disse que tem o suporte de uma holding – que é o Grupo Tree Part -, o que daria certa segurança ao negócio. Além disso, a empresa informou ter uma plataforma “estável”, como a do Tether.
Primeiro: o fato de ter um grupo empresarial por trás da empresa até hoje não deu garantia alguma para o investidor. Tanto que a Justiça determinou bloqueio de R$ 800 milhões do Grupo Tree Part justamente porque o negócio apresenta características de uma “verdadeira pirâmide financeira”, segundos os autos.
Segundo: o Grupo Tree Part e a GenBit não dão suporte algum ao investidor e não têm estabilidade alguma, como mostra as centenas de comentários no Reclame Aqui.
“Piramideiros [Editado pelo Reclame Aqui] aplicaram em 80.000 pessoas e sumiram com bilhões! Nem o suporte funciona mais, estão sem responder aqui no reclame aqui há mais de mês! Cana nesses vagabundos [Editado pelo Reclame Aqui], Nivaldo e cia de falsos evangélicos”, diz um deles.
TPK pode ser um dos maiores tokens do mundo?
A empresa termina o vídeo com uma pergunta: “E agora, tem dúvida que nosso TPK estará entre os maiores do mundo?”.
A resposta pode ser encontrada no site do Tribunal de Justiça de São Paulo, onde há 423 processos abertos contra a GenBit.
Veja o vídeo do Grupo Tree Part:
Histórico da Genbit:
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