Depois ficar com a grana de 45 mil investidores, e obrigá-los a aceitar em troca uma “moeda fictícia” sem valor algum no mercado, o Grupo Tree Part, que controla a GenBit, agora tenta apagar seu passado supostamente criminoso.
Além disso, o conglomerado controlado por Nivaldo Gonzaga continua ativo no exterior e montou um novo projeto que, segundo colaboradores ouvidos pela reportagem, pode ser uma nova pirâmide financeira.
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Adeus, TPK!
A primeira novidade da empresa, anunciada por líderes do negócio em um grupo de conversa, foi a mudança do nome do TPK (Treep Token), a criptomoeda que o grupo “enfiou goela abaixo” de seus clientes.
O ativo digital passou a se chamar Treep Global e ganhou um site novo, bem feito e em inglês, mas sem nenhuma referência ao passado da empresa, que responde a quase 500 processos judiciais e é investigada pela Justiça.
O Treep Global, criado com o dinheiro dos investidores lesados, inclusive já tem novas redes sociais. Confiram aqui o Instagram e o Facebook.
Em grupos de conversa da empresa, se alguém tenta relembrar o histórico da suposta pirâmide, líderes do negócio e supostos investidores pedem para os administradores banirem aquele que fala algo negativo relacionado à GenBit.
O Treep Global, como disse o investidor acima, foi listado em duas exchanges, segundo os líderes do negócio. Uma delas é a Exrates e a outra é a p2pb2b. Na p2pb2b, é possível ver informações do token. Na Exrates, no entanto, a reportagem não conseguiu encontrar a moeda.
“O Treep Global é só mais uma manobra da empresa para tentar tirar da cabeça das pessoas o TPK”, disse um colaborador do Grupo Tree Part que pediu anonimato. No total, quatro foram entrevistados pela reportagem do Livecoins.
Expansão para o exterior, mas sem Nivaldo Gonzaga
Enquanto os funcionários daqui do Brasil estão sem salário desde dezembro, os colaboradores da unidade do Grupo Tree Part em Portugal continuam recebendo normalmente. A filial de lá foi inaugurada no primeiro semestre do ano passado.
Além de Portugal, a equipe da exchange Tiger Money, criada pela holding na Estônia, continua a todo vapor. Nos Estados Unidos, ainda segundo os colaboradores, também há um grupo de pessoas trabalhando. Os entrevistados não souberam informar o tamanho da equipe no exterior.
Líderes encabeçam nova fase do grupo
Toda essa atividade internacional, segundo os funcionários ouvidos pela reportagem, está sendo encabeçada por líderes do negócio, já que Nivaldo Gonzaga está “queimado na praça”.
Um desses líderes é Elifelete Marcondes, aquele ex-ancião de igreja que vivia ostentando dentro de uma aeronave adquirida com recursos das vítimas da empresa.
Outros dois “cabeças” dessa nova fase, conforme relatos dos colaboradores, são os líderes Ricardo Strapasson e Fabio Pradella, ambos antigos embaixadores da GenBit.
Hoje, Strapasson e Pradella são os mais ativos em um grupo oficial de conversa da empresa no Telegram, que tem pouco mais de quatro mil membros.
Grupo Tree Part lança nova pirâmide, dizem colaboradores
De acordo com os colaboradores da empresa, além das novidades internacionais, o Grupo Tree Part também tenta encabeçar um novo projeto nacional, chamado Juntos Digital.
O negócio, disseram à reportagem, foi construído no mesmo formato “piramidal” da GenBit. Basicamente a pessoa investe, traz um amigo e ganha bônus por indicação.
No site do Juntos Digital não há nenhuma informação, então não dá para saber ainda que tipo de produto ou serviço será oferecido.
Consulta feita pela reportagem do Livecoins mostra que o domínio foi criado pela empresa Dilejd Gestão Integrada de Negócios no início deste ano.
A Dilejd, que é parceira do conglomerado, pertence a Samuel Pinato, braço-direito de Nivaldo Gonzaga que tomou calote de R$ 1 milhão.
Para não esquecer do passado da GenBit
O Grupo Tree Part, que controla a suposta pirâmide financeira GenBit, não paga seus investidores desde setembro. Por causa disso, o conglomerado responde a quase 500 processos judiciais só em São Paulo.
São ações movidas por pessoas que investiram no negócio porque acreditaram nas promessas de lucros de até 15% ao mês feitas por meio da antiga Zero10 Club, que pertencia ao grupo.
Além de responder aos processos dos investidores, a empresa também é alvo de investigações da Polícia Civil de Campinas (SP) e do MPSP (Ministério Público de São Paulo).
Direito de resposta de Fabio Pradella
“Olá Queridos, Pradella falando…
Por meio desse direito de resposta, expresso minha solidariedade com todos os clientes que, assim como eu, estão passando por momentos difíceis e turbulentos nesse momento VUCA. (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade )
Com esse direito de resposta, informo que não tenho ligação com o grupo Treepart, Genbit, seja administrativa, seja como funcionário, sócio e etc.
É equivocado o termo usado pelo site Livecoins, quando menciona meu nome como um dos “cabeças” dessa nova fase do grupo, dando um ar pejorativo ao termo.
Meu envolvimento na empresa é como cliente. E sim, é correto dizer que sou assíduo em grupos de conversas por meio de whatsapp e telegran, que por sinal é o principal meio de comunicação entre nós, os clientes.
Sou empresário a 25 anos, e P2P em criptomoedas e Tokens desde 2016, e por ter experiência na área, decidi voluntariamente contribuir para dar visibilidade, tráfego e criar oferta para os TreepTokens ( Treep ).
Por fim, desde que me tornei cliente em dezembro de 2018, me mantenho informado sobre os passos da empresa, e sempre que possível compartilho dessas informações com meus amigos e parceiros nessa empreitada. E pretendo manter assim.”
Direito de resposta de Ricardo Strapasson
“Sobre as falsas declarações dadas na reportagem de 17/04 a meu respeito, segue nota de esclarecimento.
Sobre a afirmação de “antigo embaixador” essa informação é mentira e sem qualquer prova. Nunca tive essa posição dentro da empresa ou tive ganhos em reais decorrente a indicações ou rede.
Sobre ser o “cabeça de uma nova fase”, novamente um informação mentirosa e infundada. Não tenho qualquer relação de negócios com o grupo Tree Part ou suas empresas nem mesmo diretamente com Nivaldo. Nunca recebi e não recebo qualquer pagamento vindo dessas empresas ou pessoas.
Sobre o grupo no telegram, ele foi criado por livre e espontânea vontade, sem qualquer interferência ou envolvimento da empresa. Essa iniciativa foi tomada para ajudar muitas pessoas órfãs de informação, apenas isso.
Para finalizar, como investidor que também não recebeu seus valores e está tentando resgatar assim como os demais, deixo aqui minha nota de repúdio as declarações mentirosas e infundadas por ‘supostos colaboradores’, que não possuem qualquer tipo de prova ou fato que comprovem suas afirmações.”
Confira o histórico da GenBit:
Genbit começa atrasar pagamentos
Genbit começa a ser processada na justiça
Ministério Publico entra com ação contra Genbit; ação é de 1 bi
Polícia Civil investiga Genbit
Genbit diz onde está dinheiro dos clientes
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Ex-ancião de igreja promoveu Genbit
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