GenBit pede mais tempo para tentar valorizar sua moeda fictícia

O Grupo Tree Part e a GenBit respondem a mais de 500 processos na Justiça de São Paulo

A GenBit, exchange do Grupo Tree Part suspeita de ser uma pirâmide financeira, tenta de todas as formas convencer investidores e mercado que o seu TreepToken (TPK) – “moeda fictícia” que a empresa obrigou seus clientes a aceitar – tem algum valor.

Uma das estratégias do negócio, presidido pelo “empresário” Nivaldo Gonzaga, tem sido tentar listar o token em alguma exchange nacional ou internacional. O prazo dado aos clientes para conseguir alcançar o objetivo foi março.

O esforço da corretora de criptomoedas, no entanto, não tem dado certo. Na terça-feira (31), a empresa divulgou um comunicado em que afirma que, por causa do cenário global, não cumprirá com o prazo.

“Nos esforçamos para cumprir com nosso cronograma em listar o Treeptoken em pelo menos uma exchange nacional e uma internacional até o término do mês de março, que se encerra hoje. No entanto, pelas dificuldades extremas de execução, o cronograma se estendeu por mais 20 (vinte) dias”, diz o comunicado.

Por que o TPK dificilmente será listado em uma exchange séria?

A exchange não conseguirá colocar o TPK em corretoras de criptomoedas sérias por um simples motivo. Antes de uma exchange aceitar um token sugerido pela comunidade, o ativo passa por um processo de compliance, no qual são avaliados diversos critérios.

Alguns deles são histórico da empresa e de quem está por trás do negócio; conhecimento técnico dos responsáveis; análise do suprimento da moeda (se for infinito, como o da GenBit, não entra); distribuição do token no mercado e por aí vai.

Em quase todos os aspectos a GenBit “não passa”.

Nivaldo Gonzaga, por exemplo, não tem conhecimento algum na área de criptomoedas. Antes de entrar no segmento, ele era responsável por uma empresa de marketing multinível chamada Índaco Energia em Equilíbrio, que vendia produtos para a saúde. O negócio não existe mais.

O Grupo Tree Part e a GenBit respondem a mais de 500 processos na Justiça de São Paulo e são investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. O MP chegou a determinar o bloqueio de R$ 800 milhões do conglomerado, mas o montante milionário não foi encontrado pela Justiça.

Outra desvantagem do tal TPK é que ele só existe na própria GenBit e, além disso, tem suprimento infinito. No Reclame Aqui, para completar a lista de pontos negativos do negócio, há quase 500 reclamações de investidores que perderam dinheiro na empresa.

Empresa continua dando falsas esperanças aos clientes

Apesar dos sérios problemas, suficientes para impedir o TPK sem valor de ser listado em qualquer exchange séria, os membros do suposto esquema criminoso continuam iludindo os antigos clientes.

No comunicado, por exemplo, a empresa informou que está em fase final para listar o TPK em três exchanges internacionais, localizadas na Europa e na Ásia. Os nomes delas não foram divulgados.

Por causa dessa suposta listagem, a GenBit pediu para os investidores não venderem seus tokens para supostos “espertalhões” que estariam tentando comprar o token mais barato agora para vender depois nessas supostas corretoras.

A realidade, no entanto, é que não há “espertalhão” algum tentando comprar os tokens, pois eles não têm valor algum no mercado. Além disso, com esses supostos ativos digitais é possível conseguir apenas supostos descontos em sushis e sapatos  em estabelecimentos comerciais de membros da própria GenBit.

Confira o histórico da GenBit:

Genbit começa atrasar pagamentos

Genbit começa a ser processada na justiça

Ministério Publico entra com ação contra Genbit; ação é de 1 bi

Polícia Civil investiga Genbit

Genbit diz onde está dinheiro dos clientes

Genbit quer pagar clientes com Sushi

Ex-ancião de igreja promoveu Genbit

Advogado quer varrer da Igreja líderes da Genbit

GenBit diz que sua criptomoeda é igual BAT e Tether

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Lucas Gabriel Marins
Lucas Gabriel Marins
Jornalista desde 2010. Escreve para Livecoins e UOL. Já foi repórter da Gazeta do Povo e da Agência Estadual de Notícias (AEN).

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