Um juiz do estado de São Paulo acatou o pedido de uma cliente, que investiu na Genbit e teve seu saldo convertido para TreepToken. A moeda digital criada pela corretora não tem agradado clientes que investiram no negócio, que prometia rendimentos acima do mercado, apontou magistrado.
A Genbit é apontada por alguns clientes como uma empresa problemática, uma vez que não tem proporcionado saques. Antiga Zero10Club, com sede em Campinas (SP), a Genbit chegou a ser acusada de operar um esquema de pirâmide financeira.
Isso porque, de acordo com alguns clientes, eram oferecidos pacotes de investimentos com promessas de rendimentos fixos e mensais. Algumas propostas, segundo alguns casos que chegam na justiça, informam que a Genbit oferecia até 15% ao mês para seus clientes.
Contudo, a empresa foi alvo, em 2019, de um processo da CVM, que apontou ilegalidade na oferta de investimentos. Após isso, começaram os problemas com saques, que tem deixado inúmeros clientes receosos.
Juiz ordena que corretora Genbit converta TreepToken de cliente para moeda corrente
A situação da Genbit é dramática, principalmente em 2020, quando os problemas só pioram e não há luz no fim do túnel para seus clientes. No mês de abril, por exemplo, a Genbit deixou de pagar seus funcionários e cortou até auxílio saúde.
Para resolver os problemas de saques de clientes, uma solução imaginada pela Genbit foi a criação de uma moeda própria da empresa. Chamada de TreepToken, a promessa era que essa moeda seria melhor até que o BAT e a Tether, criptomoedas famosas.
Apesar de converter os saldos dos investidores para TreepToken e oferecer essa solução como alternativa, o caso não foi bem recebido. Muitos clientes não gostaram de ver seu dinheiro virar TreepToken, e têm recorrido na justiça para reaver seu capital.
Um novo caso que foi publicado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) nesta quinta (23). De acordo com o processo, a cliente alegou que a conversão de Bitcoin em TreepToken (TPK) foi para inviabilizar os saques.
Alega que a operação de investimento seria realizada através da plataforma da requerida Genbit, onde poderia realizar movimentações de compra e venda de criptoativos. Contudo, informou que a requerida Genbit unilateralmente transformou o valor aplicado em ativo bitcoin em TPKs, inviabilizando os saques.
Empresa deverá devolver saldo em moeda corrente
No processo, o juiz apontou que a cliente poderá recolher as custas processuais no final do processo, uma vez que passa por dificuldades financeiras. Isso porque, teria realizado um investimento de R$ 53 mil na Genbit, que estaria preso na plataforma.
Ao que tudo indica, as rés constituem grupo econômico voltado a explorar a atividade de investimento em ativos virtuais. E havendo graves questionamentos acerca da solidez ou idoneidade das pessoas jurídicas requeridas, justificável o receio da autora de ter sido vítima de um golpe e de nunca mais receber o valor depositado, mormente diante da recusa dos réus em efetivar a ordem de saque/retirada dos recursos.
O juiz ordenou que a Genbit converta todo o saldo em TreepToken da cliente para moeda corrente. Segundo a legislação brasileira, moeda corrente é o Real, uma vez que o Bitcoin não é uma moeda regulamentada no Brasil.
O pedido, que corre em segredo de justiça, ganhou prazo para ser cumprido: 48 horas. Nesse período, além de converter o TreepToken para Real, a Genbit deverá depositar o dinheiro na conta da cliente.
Confira o histórico da GenBit:
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